Flávio Bolsonaro confessa que Queiroz pagava suas contas

Senador diz que ex-assessor pegava dinheiro dos funcionários de seu gabinete sem seu conhecimento

05/08/2020 11:39 / Atualizado em 06/08/2020 18:19

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado pelo suposto esquema de rachadinha quando era deputado estadual pelo Rio de Janeiro, admitiu pela primeira vez que o seu ex-assessor Fabrício Queiroz pagava parte das suas despesas pessoais.

Em entrevista ao jornal O Globo, o filho de Bolsonaro disse que Queiroz pegava dinheiro dos funcionários de seu gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) sem seu conhecimento e sem que qualquer um dos servidores tenha falado sobre isso ao longo de anos.

Senador Flávio Bolsonaro diz que Queiroz pegava dinheiro dos funcionários de seu gabinete sem seu conhecimento
Senador Flávio Bolsonaro diz que Queiroz pegava dinheiro dos funcionários de seu gabinete sem seu conhecimento - Reprodução/Twitter

“Pode ser que, por ventura eu tenha mandado, sim, o Queiroz pagar uma conta minha”, afirmou Flávio em entrevista aos jornalistas Paulo Cappelli e Thiago Prado. “Eu pego dinheiro meu, dou para ele, ele vai ao banco e paga para mim.”

De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, 11 assessores vinculados ao parlamentar repassaram ao menos R$ 2 milhões a Fabrício Queiroz de 2007 a 2018, sendo a maior parte por meio de depósitos em espécie.

O senador Flávio Bolsonaro nega que o pagamento das contas fizesse parte de um esquema criminoso no seu gabinete na Alerj. “Querer vincular isso a alguma espécie de esquema que eu tenha com o Queiroz é como criminalizar qualquer secretário que vá pagar a conta de um patrão no banco”.

De acordo com relatório do antigo Coaf (Conselho de Atividades Financeiras), Queiroz movimentou R$ 7 milhões de 2014 a 2017.

Prisão de Queiroz

Fabrício Queiroz foi preso no dia 18 de junho em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, ex-advogado do senador Flávio Bolsonaro.

No dia 9 de julho, o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha, concedeu prisão domiciliar a Queiroz, mas o subprocurador-geral da República, Roberto Luís Oppermann Thomé, pediu a derrubada da decisão.