Gay é dopado, torturado e tem suástica desenhada no rosto

Uma semana antes, a vítima foi hostilizada e chamada de “porco gay”

14/07/2021 15:01

Na noite da última terça-feira, 13, um homossexual de 48 anos foi atacado por um grupo de quatro homens na porta de sua casa em Itaguara, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Usando uma seringa, o grupo injetou um líquido com no pescoço para dopá-lo, depois o cortaram com faca, fizeram uma suástica no rosto e escreveram “na próxima você morre” na barriga da vítima.

 

Jovem de 22 anos foi estuprado por três homens
Jovem de 22 anos foi estuprado por três homens - nito100/istock

Ele acordou horas depois com os ferimentos pelo corpo.

Segundo relato à polícia, o grupo o perseguiu uma semana antes, o chamando de “porco gay”.

“Nós fomos acionados pelo Samu que encontrou o homem caído no chão da casa e muito confuso. Os suspeitos fizeram esses cortes nas costas dele, até na região do ânus, parecendo que estavam tentando fazer a cruz suástica. Ele foi levado para a Santa Casa de Misericórdia, onde ficou internado em observação”, contou o sargento Sandro Rocha ao jornal mineiro “O Tempo”.

A vítima contou ao jornal que eles teriam a intenção de o deixar paraplégico.

Apesar de ter realizado o boletim de ocorrência, os quatro homens não foram encontrados. A substância que foi injetada também não foi identificada.

Homofobia é crime!

Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo. Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.

Em alguns casos, a discriminação pode ser discreta e sutil, como negar-se a prestar serviços
Em alguns casos, a discriminação pode ser discreta e sutil, como negar-se a prestar serviços - Getty Images

Como denunciar pela internet

Em casos de homofobia em páginas da internet ou em redes sociais, é necessário que o usuário acesse o portal da Safernet e escolha o motivo da denúncia.

Feito isso, o próximo passo é enviar o link do site em que o crime foi cometido e resumir a denúncia. Aproveite e tire prints da tela para que você possa comprovar o crime. Depois disso, é gerado um número de protocolo para acompanhar o processo.

Há aplicativos que também auxiliam na denúncia de casos de homofobia. O Todxs é o primeiro aplicativo brasileiro que compila informações sobre a comunidade, como mapa da LGBTfobia, consulta de organizações de proteção e de leis que defendem a comunidade LGBT.

Há muitas formas de denunciar homofobia no Brasil
Há muitas formas de denunciar homofobia no Brasil - iStock/@Massonstock

Pelo aplicativo também é possível fazer denúncias de casos de homofobia e transfobia, além de avaliar o atendimento policial. A startup possui parceria com o Ministério da Transparência-Controladoria Geral da União (CGU), órgão de fiscalização do Governo Federal, onde as denúncias contribuem para a construção de políticas públicas.

Com a criminalização aprovada pelo STF, o aplicativo Oi Advogado, pensado para conectar pessoas a advogados, por exemplo, criou uma funcionalidade que ajuda a localizar especialistas para denunciar crimes de homofobia.

Delegacias

Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. Nesses casos, é necessário registrar um Boletim de Ocorrência e buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada.

As denúncias podem ser feitas também pelo 190 (número da Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).