Goleiro Bruno tem contrato rescindido após jogar uma partida

O atleta foi condenado pelo assassinato de Elisa Samudio. Até hoje o corpo não foi encontrado. Ele estreou no Poços de Caldas no último dia 5

29/10/2019 17:02

O Goleiro Bruno Fernandes, de 34 anos, teve seu contrato rescindido após jogar uma partida pelo Poços de Caldas FC, time da cidade de mesmo nome, em Minas Gerais. O atleta foi condenado pelo assassinato de Elisa Samudio e cumpre pena de 20 anos e nove meses pelo crime, que aconteceu em 2010. As informações foram obtidas pelo jornal ‘Folha de S.Paulo’.

Goleiro Bruno tem contrato rescindido após jogar uma partida
Goleiro Bruno tem contrato rescindido após jogar uma partida - Divulgação/Polícia Civil

Bruno estreou no time mineiro no último dia 5 de outubro, sendo ovacionado em campo e posando para selfies com torcedores. Ele jogou apenas a partida de estreia, onde começou no banco de reservas.

O ex-goleiro do Flamengo está no regime semiaberto desde julho deste ano. A pena inicial de Bruno era de 22 anos e três meses, mas com a prescrição do crime de ocultação de cadáver, houve a redução do tempo de reclusão. Em setembro de 2017, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais validou a certidão de óbito de Eliza. O corpo dela nunca foi encontrado.

A informação foi confirmada pelo presidente do clube Paulo César da Silva, na segunda-feira, 28, à ‘Folha’.  Segundo ele, a decisão foi um consenso das partes, mas ainda irão discutir os detalhes da rescisão do contrato que tinha validade até janeiro de 2020.

“A gente não consegue contar com o atleta. É complicado, entendeu? Em 60 dias de contrato, ele jogou 45 minutos, a Justiça não libera para ele treinar. É uma coisa que se torna difícil para o clube, você manter um salário alto de um jogador do nível dele para não usar”, afirmou Paulo César ao jornal. Ele não falou em valores, mas de acordo com a ‘Folha’, se trata do salário mais caro de todo o time do Poços de Caldas.

Mariana Migliorini, a advogada do goleiro, disse para o jornal que o clube é desorganizado e sem estrutura. “[O clube] não forneceu material de trabalho [para o Bruno]. Há cheques sem fundo [pagos ao atleta]”.

Segundo a advogada, “não era passado à defesa do Bruno as datas corretas de jogo. O presidente não tem [departamento] jurídico. Ele pensou que se fizesse um ‘ofício’ o Bruno seria liberado. Há que se fazer uma petição, e só a defesa pode fazê-lo”, contou à ‘Folha’.

Segundo Paulo César, a Justiça não autorizou Bruno a treinar em Poços de Caldas e jogar com o time em cidades vizinhas, mesmo a defesa tento pedido. Como bruno matou a ex-companheira, sua estreia no time chegou a ser adiada, em setembro, ‘por questões legais’, apontou o jornal.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais não se manifestou sobre o caso.

O goleiro Bruno tem outras propostas de trabalho, segundo sua advogada. Ele estaria sendo sondado por clubes do Rio de Janeiro, do Nordeste e de Goiás.