Grupo faz ação impactante nas ruas para lembrar Golpe Militar

Nesta sexta-feira (31), dia em que o Golpe Militar de 1964 completa 53 anos, as ruas de São Paulo que homenageiam personalidades e torturadores militares mudaram de nome por algumas horas.

Em uma ação batizada de Ruas da Vergonha, as placas com essas homenagens foram substituídas temporariamente por outras, com nomes de conhecidos ditadores mundiais.

Uma das seis ruas que recebeu a mudança foi a Henning Boilesen, no Jaguaré, zona norte da cidade. Henning foi um executivo dinamarquês acusado de participar de sessões de tortura durante a ditadura. Por cima da placa original foi colocado nomes como a do ditador alemão Adolf Hitler, do chileno Augusto Pinochet e a do italiano Benito Mussolini.

Quem matou ou torturou não pode virar nome de rua, defende a campanha

“Fizemos a comparação para alertar as pessoas que é um absurdo homenagear qualquer um que matou ou torturou alguém”, afirma o ex-preso político Maurice Politi.

As ruas que foram escolhidas para receber a ação prestam homenagens a Alcides Cintra Bueno Filho, Filinto Müller, Henning Albert Boilesen, Milton Tavares de Souza, Octávio Gonçalves Moreira Junior e Sérgio Fernando Paranhos Fleury.

Ditadura nunca mais

Uma iniciativa do Núcleo Memória, a Ruas da Vergonha é um convite para as pessoas pensarem mais sobre a brutalidade que foi esse momento na história do país. A Comissão Nacional da Verdade listou 434 mortos e desaparecidos políticos durante a ditadura militar.

No site da iniciativa, é possível assinar um abaixo-assinado para que essas ruas sejam renomeadas. Ao final, o Núcleo irá encaminhar este documento ao prefeito João Doria e ao presidente da Câmara dos Vereadores.