Haddad no JN: propostas ficam de lado, e bancada vira ringue
Propostas ficaram de lado na última entrevista de presidenciável ao 'Jornal Nacional'
O candidato do PT, Fernando Haddad, participou da última entrevista do “Jornal Nacional” no primeiro turno. A sabatina foi tensa dos dois lados da bancada, que privilegiou destacar o histórico dos presidenciáveis, como já havia acontecido nas anteriores. Nem perguntas nem respostas destacaram propostas ou plano de governo.
O petista começou dando “boa noite” ao ex-presidente Lula, impedido de concorrer por estar preso, e se exaltou já na primeira pergunta, de Renata Vasconcellos, sobre os escândalos envolvendo os governos Lula e Dilma _mensalão e petrolão. Afirmou que os governos de seu partido “fortaleceram as instituições que combatem a corrupção” e que os esquemas: “A administração pública avançou muito no nosso governo. O fortalecimento das instituições desbaratou uma quadrilha”, afirmou.
William Bonner o interrompeu para dizer que, apesar de Haddad geralmente afirmar que os esquemas foram atos de “indivíduos, não do partido”, o Ministério Público tende a discordar. E citou que estão envolvidos nos dois escândalos dois ex-presidentes, 11 ex-ministros, 4 ex-presidentes do partido; 3 tesoureiros.
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O candidato, então, afirmou que não condena “ninguém por antecipação” e que a “Rede Globo muitas vezes condena por antecipação. Vocês não tratariam os problemas da Rede Globo como tratam os problemas da administração pública, mesmo se tratando de uma concessão”.
Sobre uma “conspiração do Judiciário”, citada por petistas, Haddad disse que Lula e Dilma jamais indicaram ministros “pensando em como ele ia votar, a favor de A ou de B”, que “nunca partidarizamos o Judiciário” e que “isso não significa que o Judiciário não pode errar”.
Lava Jato
Ao ser questionado sobre a citação de seu nome em delações da Lava Jato, afirmou que as empresas querem retaliar o fato de ele ter cancelado obras dessas companhias e destacou que os promotores responsáveis pela denúncia estão sendo investigados pelo Conselho Nacional do Ministério Público para entender porque só agora, a 30 dias da eleição, tomaram alguma medida.
Haddad afirmou que foi o primeiro prefeito de São Paulo que, candidato à reeleição, perdeu a disputa ainda no primeiro turno, por ser a eleição de 2016 “atípica”, em que o clima de antipetismo era enorme. “O ex-presidente do PSDB, Tasso Jereissati, admitiu ontem em entrevista que o maior erro foi ter embarcado no impeachment. Em 2016, este país tirou uma presidenta legitimamente eleita para colocar o Michel Temer. Da mesma forma, elegeram João Doria prefeito. Pergunte ao eleitor de São Paulo o que eles acham do meu sucessor. Se eles não se arrependem. Em 2016, houve indução ao erro [do eleitor].”
Ao ser questionado se o eleitor, então votou errado, afirmou que o PT virou o “demônio do país e isso se provou errado”.
Quando o tema foi a crise deixada por Dilma, que deixou mais de 11 milhões de brasileiros desempregados, o petista mencionou novamente o PSDB, afirmando que espera que o partido não “sabote” novamente o resultado da eleição como fez em 2014.
No minuto final, quando é instado a falar sobre o “Brasil que quer no futuro”, Haddad disse que tem certeza que “todos se lembram dos 12 anos de normalidade democrática que vivemos no país. Era Luz para Todos, univesidade para todos, transnordestina, transposição do São Francisco, geramos 20 milhões de empregos. A partir do momento em que a oposição começou a contestar o resultado dar urnas, nós entramos nesta crise.”