Hipermercado demite funcionária negra após ela denunciar racismo

Mulher diz que era constantemente discriminada por colega de trabalho

A auxiliar de cozinha Nataly Ventura da Silva, de 31 anos, diz ter sido demitida de uma unidade do hipermercado Atacadão, no Rio de Janeiro, depois de denunciar racismo. “Eu me senti menor que uma formiguinha”, disse a funcionária.

Em entrevista à GloboNews, ela contou que sofria discriminação de um colega identificado como Jeferson Emanuel Nascimento. Segundo a mulher, ele a teria ofendido por conta da cor de sua pele e de sua religião, o candomblé.

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Funcionária é demitida após denunciar racismo
Créditos: reprodução/Globonews
Funcionária é demitida após denunciar racismo

Em um dos episódios, Jeferson teria escrito a frase “só para branco usar” em um avental. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público do Trabalho.

Em nota enviada à Catraca Livre, o hipermercado Atacadão afirmou que atuará junto as autoridades para elucidar o caso e disse tratar com rigor situações de preconceito.

“O Atacadão atua a partir de políticas sérias de diversidade e repudia veementemente qualquer tipo de discriminação. Não toleramos nenhum tipo de preconceito e, imediatamente ao tomar conhecimento do caso, desligamos por justa causa o funcionário envolvido. Esclarecemos que a denúncia só foi registrada quando o contrato de experiência da colaboradora já havia sido encerrado e estamos atuando junto ao Ministério Público do Trabalho para colaborar com os esclarecimentos dos fatos. O Atacadão conta com um canal exclusivo para denúncias, que são tratadas com o máximo rigor como demandam questões de preconceito”, diz a nota.

Racismo é crime. Denuncie!

Episódios de racismo, infelizmente, ainda são muito comuns no Brasil. Uma forma de conter o avanço do racismo é sempre denunciar o agressor. Afinal, racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89.

A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.

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