Hospital diz não ter condições de fazer aborto em menina de 10 anos estuprada

A menina estaria com 22 semanas de gravidez, mais de cinco meses, e não três

O Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), em Vitória (ES), afirmou neste domingo, 16, não ter condições de fazer o aborto na menina de 10 anos, grávida após ter sido estuprada pelo tio. A Justiça havia autorizado o procedimento no sábado.

Funcionários da Secretaria da Saúde do Espírito Santo ouvidas pelo UOL disseram que o Hucam não possui protocolo para realizar o procedimento.

A Justiça do Espírito Santo autorizou o aborto a menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada em São Mateus
Créditos: Reprodução/TJES
A Justiça do Espírito Santo autorizou o aborto a menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada em São Mateus

Segundo a reportagem, o motivo para a recusa do procedimento seria o avanço da gestação. A menina estaria com 22 semanas de gravidez, mais de cinco meses, e não três como havia sido informado.

A menina viajou para outro estado acompanhada de uma assistente social da Sesa e um familiar. O destino não foi revelado.

Entenda o caso da menina de 10 anos estuprada pelo tio

O caso veio à tona no dia 8 de agosto, quando a menina foi atendida em uma hospital da cidade, que confirmou a gravidez após a realização de exames. A Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra o tio da garota na última quarta-feira, 12, mas ele está foragido.

A criança disse à polícia que ela era abusada desde os 6 anos, mas que não o denunciou por medo, já que ele a ameaçava de morte.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Idoso (DPCAI) de Sâo Mateus.

A criança foi levada pelo Conselho Tutelar para um abrigo, onde tem recebido apoio médico, social e psicológico.

Identifique os possíveis sinais de um abuso

Não é fácil notar sinais físicos de um abuso sexual, mas é possível que a criança tenha alterações no seu comportamento, como: irritação, ansiedade, dores de cabeça, alterações gastrointestinais frequentes, rebeldia, raiva, introspecção ou depressão, problemas escolares, pesadelos constantes, xixi na cama e presença de comportamentos regressivos (por exemplo, voltar a chupar o dedo). Outro sinal de alerta é quando a criança passa a falar abertamente sobre sexo, de forma não-natural para a sua idade, física e mental.

Se você notar algum desses sinais, tome cuidado com a sua reação, porque ela pode fazer com que a criança se sinta ainda mais culpada. O importante é apoiar a criança, escutar o que ela tem a dizer e não duvidar da sua palavra. Busque ajuda e orientação profissional para que o seu filho consiga falar sobre o ocorrido e lidar com o fato.