Igreja de Crivella movimentou R$ 6 bilhões em um ano, revela MP-RJ
Esse valor seria suficiente para pagar uma parcela do auxílio emergencial para 10 milhões de brasileiros
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que resultou na prisão de Marcello Crivella (Republicanos), na manhã desta terça-feira, 22, a Igreja Universal do Reino de Deus, a qual o prefeito do Rio de Janeiro é bispo, movimentou R$ 6 bilhões em um ano.
O montante seria fruto de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro envolvendo a Igreja Universal entre maio de 2018 e abril de 2019.
Os promotores dizem na denúncia que há uma “movimentação financeira anormal” devido à utilização da igreja para ocultação da renda com o esquema de propinas.
R$ 6 bilhões seria suficiente para pagar uma parcela do auxílio emergencial para 10 milhões de brasileiros.
De acordo com o MP-RJ, a suspeita do envolvimento da igreja no esquema de lavagem de dinheiro se deu após dados de um relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) serem revelados. Nele se verificou a entrada de dinheiro vivo e transferências bancárias nos Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJs) ligados a Universal. Na época, os envolvidos negaram participação em qualquer esquema.
Além de Crivella, também foram presos, na manhã desta terça-feira, o ex-delegado Fernando Moraes; os empresários Rafael Alves, Adenor Gonçalves dos Santos e Cristiano Stockler Campos; e o ex-tesoureiro da campanha de Crivella, Mauro Macedo.
Mauro Macedo, chamado de ‘Mestre dos Magos’ por Crivella e aliados, desde a campanha à Prefeitura do Rio, em 2016 é primo do chefe da Igreja Universal, Edir Macedo.