Imprensa internacional repercute o afastamento de Dilma Rousseff

12/05/2016 10:59

Logo após o Senado Federal ter aprovado o afastamento de Dilma Rousseff da presidência na manhã desta quinta-feira, dia 12, os principais veículos da imprensa internacional já repercutiam e davam destaque à decisão. O jornal francês “Le Monde” escreveu: “Brasil: Dilma Rousseff afastada do poder”.

“Fim do jogo para Dilma Rousseff. Uma maioria de 55 senadores votou, na quinta (12), pela suspensão do mandato da presidente e, assim, de seu afastamento do poder por até 180 dias. Ela é acusada pelos senadores de ter maquiado contas públicas. A senhora Rousseff será substituída, durante o dia, por seu vice-presidente, Michel Temer, a quem ela acusa de golpe de Estado institucional”, explicou o “Le Monde”.

O “The New York Times” falou sobre o contexto político e econômico em que a decisão foi aprovada. O jornal norte-americano escreveu que o Senado votou para suspender a presidente Dilma “destituindo uma líder profundamente impopular”.

A “CNN” lembrou que a primeira mulher a ser eleita presidente no Brasil foi vítima de uma batalha política pelo seu impeachment. O veículo, que observou que o Brasil teve manifestações a favor e contra o afastamento de Dilma, trouxe o depoimento de uma professora contra o uso de gás lacrimogêneo contra manifestantes pró-Dilma.

A imprensa internacional deu destaque à decisão pelo afastamento da presidente
A imprensa internacional deu destaque à decisão pelo afastamento da presidente - Heloisa

O argentino “Clarín” afirmou que Michel Temer, que assumirá a presidência, “sabe se mover nos bastidores do poder”.

O jornal britânico “The Guardian” colocou na página principal de seu site uma foto de Dilma cabisbaixa contra um fundo preto. “A menos da metade de seu mandato, Dilma Rousseff foi despojada de suas funções na Presidência por pelo menos seis meses, após senadores votarem com o placar 55-22 pelo impeachment e para colocá-la em julgamento”, escreveu.

Logo em seguida, o “Guardian” também destacou a fala de um político brasileiro sobre esta quinta ser “o dia mais triste para a jovem democracia do Brasil” e que a decisão final “é mais política do que jurídica”, pois os “juízes de Dilma serão senadores, muitos deles acusados de crimes ainda mais graves”.

O espanhol “El País” disse que os senadores que discursaram a favor do impeachment citaram as pedaladas fiscais acabaram se referindo mais “ao catastrófico ritmo da economia” e defenderam “a necessidade de mudar de governo para que a perspectiva mude”. O jornalista comparou a votação no Senado àquela feita na Câmara dos Deputados.

Em Roma, o jornal “La Repubblica” destacou a admissão do processo de impeachment de Dilma Rousseff, afirmou que o Brasil, “em caso de destituição, não vai para eleições antecipadas”, e que Temer “completará o mandato presidencial até 1º de janeiro de 2019”. O diário também lembrou o suposto envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB) em escândalos de corrupção.