Indicado por Bolsonaro, novo integrante da Cemdp exalta torturador
A Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (Cemdp) foi criada em 1995 para o reconhecimento de mortos e desaparecidos durante a ditadura
O coronel reformado do Exército Weslei Antônio Maretti foi um dos quatro escolhidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) para participar da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (Cemdp). Nas redes sociais, Maretti já exaltou o coronel Brilhante Ustra como herói da luta do “bem” contra o “mal”.
Na quinta-feira, (1º), Bolsonaro e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, trocaram quatro dos sete integrantes da comissão. A alteração foi realizada depois da polêmica sobre a morte do pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe de Santa Cruz, durante a ditadura.
Quando surgiu um movimento que pedia a cassação do mandato de Jean Wyllys por ter cuspido em Bolsonaro, o militar escreveu: “Se cuspir em um semelhante é comportamento de um parlamentar no Plenário da Câmara, atirar em alguém revidando a cusparada seria também uma atitude aceita.”
Segundo a coluna de Lauro Jardim, o militar também fez postagens contra a Lei Rouanet e pediu a exoneração do ministro do STF Dias Toffoli. Ele classifica os opositores da ditadura como terroristas e o militares como defensores da ordem – o bem contra o mal.
“O comportamento e a coragem do coronel Ustra servem de exemplo para todos os que um dia se comprometeram a dedicar-se inteiramente ao serviço da pátria”, escreveu Maretti. “Apesar de travar uma luta de Davi contra Golias, a sua vitória é certa porque no final o bem prevalece sobre o mal.”