Influenciadora que sofreu gordofobia conseguiu chegar no Brasil?

Inicialmente, a companhia aérea queria que Juliana pagasse por outro assento no avião por conta de seu peso; veja o que foi decidido

A modelo paulista e influenciadora plus size Juliana Nehme, de 38 anos, que sofreu gordofobia, foi realocada em um voo e saiu do Líbano com destino ao Brasil nesta quinta-feira, 24, conforme informou a companhia aérea Qatar Airways.

Influenciadora que sofreu gordofobia conseguiu chegar no Brasil?
Créditos: Reprodução/Instagram
Influenciadora que sofreu gordofobia conseguiu chegar no Brasil?

Na última quarta-feira, 23, Juliana disse que foi vítima de de gordofobia da companhia aérea no Líbano. De acordo com ela, seu embarque para o Brasil foi negado pela companhia aérea por ser “gorda demais”.

Em relatos publicados em sua rede social, Juliana, muito abalada, relatou que esteve no país com a família nos últimos dias, e que na quarta-feira embarcaria em uma conexão para Doha e, em seguida, para São Paulo. Porém, a passageira teve os planos frustrados ao ser impedida de viajar.

Juliana contou que a empresa alegou que ela não teria direito à passagem, que já havia sido comprada no valor de US$ 1.000 (aproximadamente R$ 6.000), pois, para embarcar, precisaria de uma passagem executiva (ao custo de US$ 3.000) ou de duas passagens normais para “caber no assento”.

Em nota divulgada somente nesta quinta-feira, 24, a companhia afirmou que a passageira foi realocada e alegou que um dos acompanhantes de Juliana não teria apresentado documentação necessária para entrar no Brasil.

No texto, a companhia fala no exame PCR. De acordo com as regras da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) brasileiros e estrangeiros devem apresentar o comprovante de vacinação contra a Covid ou comprovante de realização de teste do tipo antígeno ou RT-PCR, com resultado negativo ou não detectável para Covid-19, feito um dia antes do embarque.

“A Qatar Airways trata todos os passageiros com respeito e dignidade e, de acordo com as práticas da indústria e de forma semelhante à maioria das companhias aéreas, qualquer pessoa que impossibilite o espaço de um outro passageiro e não consiga prender o cinto de segurança ou abaixar os apoios de braço pode ser solicitada a comprar um assento adicional tanto como uma precaução de segurança quanto para o conforto de todos os passageiros. A passageira em questão no Aeroporto de Beirute foi inicialmente extremamente rude e agressiva com a equipe de check-in quando um de seus acompanhantes não apresentou a documentação PCR necessária para entrada no Brasil. Como resultado, a segurança do aeroporto foi solicitada a intervir, pois funcionários e passageiros estavam extremamente preocupados com a situação. Podemos confirmar que a passageira já foi realocada em um voo da Qatar Airways esta noite saindo do Líbano com destino ao Brasil”.

Relato completo de Juliana

“Estou no Líbano. Vim pela AIR France e foi tudo bem no voo! Vim de passagem econômica e não passei por nenhum constrangimento ou assédio. Comprei uma passagem de volta para o Brasil pela Qatar e chegando na hora de fazer o chek in uma aeromoça da Qatar chamou minha mãe enquanto a moça finalizava nosso chek in e disse pra ela que eu NAO ERA BEM VINDA PARA EMBARCAR PORQUE SOU GORDA. E eles não iam me receber no voo! Só se eu comprasse passagem de PRIMEIRA CLASSE.

Ela reteve as passagem da minha mãe, minha irmã, meu sobrinho e a minha! Depois de horas implorando, ela devolveu todas as malas que já tinha sido despachadas alegando que eu teria que comprar classe executiva ou não viajaria. Tentei até o final que me permitissem voar, já que estávamos em 4 pessoas viajando juntas, e ela SE RECUSOU ATÉ O FINAL a vender a passagem pra mim! Uma passagem que tem um custo de 3 mil dólares pra ser executiva. Eu paguei mil dólares. Fiquei por quase 2 horas implorando pra viajar. Minha mãe tentou de tudo.

Fui ameaçada. Ao tentar gravar o que eles estavam fazendo a moça do guichê me empurrou e nada adiantou. Fui amaçada se não parasse de gravar. Eu estou retida no Líbano. Eles queriam que minha mãe fosse embora e eme deixasse sozinha aqui no Líbano. Mas Não falo inglês nem árabe. Ela se recusou.

Minha irmã foi com meu sobrinho embora para o Brasil e ficamos aqui! Estou tendo gastos com hotel e táxi que não precisava! Não tenho dinheiro para me manter aqui por mais tempo. E eles disseram que eu tenho que pagar outra passagem pra minha mãe e o upgrade da minha pra executiva. Mas ninguém quis me vender! Fui extremamente humilhada na frente de todas as pessoas que estavam no aeroporto! Tudo isso porque sou GORDA! Que vergonha uma empresa como a Qatar permitir esse tipo de DESCRIMINAÇÃO com as pessoas! Sou GORDA Mas sou IGUAL A TODO MUNDO! Não é justo comprar minha passagem e ser HUMILHADA, AMEAÇADA E IMPEDIDA DE VOAR! PRECISO DE UMA SOLUÇÃO URGENTE!”.