Ivan Valle, filho de ex-mulher de Bolsonaro, é condenado por violência doméstica

Ele agrediu a vítima na frente da filha de um ano

Ivan Valle, de 32 anos, foi condenado a 3 meses e 15 dias de detenção, em regime aberto, por violência doméstica e também terá que pagar dois salários mínimos à ex-companheira por danos morais. Ele é filho de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro (sem partido), e irmão de Jair Renan, conhecido como “04”.

Ivan Valle, irmão do 04, foi condenado por violência doméstica
Créditos: Reprodução/Redes Sociais
Ivan Valle, irmão do 04, foi condenado por violência doméstica

Segundo a sentença da juíza Adriana Ramos de Mello, do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Rio de Janeiro, Ivan agrediu a ex-companheira em julho de 2018, no Rio de Janeiro, com chute, tapa no rosto, empurrão e aperto no pescoço.

Ivan foi proibido, de acordo com a coluna de Guilherme Amado, de se aproximar da ex-companheira por três vezes. Ele cometeu o crime na frente da filha do casal, que tinha um ano na época.

Até o início do ano, Ivan exercia cargo de confiança na Secretaria de Esportes do governo do Rio de Janeiro.

Saiba como denunciar violência doméstica

O Brasil é o 5º entre os países com as maiores taxas de violência doméstica contra mulheres. São cerca de 900 mil processos desse tipo tramitando na justiça brasileira e 23% deles são pedidos de medidas protetivas de urgência.

Por conta disso, é um consenso entre juízes, promotores e defensores públicos a importância da denúncia. Como especialistas, eles concordam que as queixas funcionam como um freio inibidor da violência e, sendo assim, pode impedir o mal maior: o feminicídio.

Depois do episódio de violência doméstica, ele roubou um carro e invadiu a escola onde estudou.
Créditos: iStock/ Fertnig
Depois do episódio de violência doméstica, ele roubou um carro e invadiu a escola onde estudou.

Briga de marido e mulher se mete a colher, sim!

Segundo o ditado popular, brigas entre casais devem ser ignoradas por terceiros. Mas vale lembrar que muitos dos casos de violência doméstica não são denunciados pela vítima por inúmeros motivos. Medo ou falta de informação inclusos. Então, meta a colher, sim! Qualquer pessoa pode – e deve – dar queixa desses casos.

Outra situação comum é achar que a denúncia “não vai dar em nada” contra o agressor, uma vez que nem sempre as circunstâncias e as leis permitem que ele seja detido ou punido no momento da denúncia.

Mas não se engane! A presença da polícia no local, por exemplo, pode inibir ações mais violentas naquele momento ou até no futuro.

Mas como denunciar violência doméstica?

Os casos de violência doméstica que viram processos no Poder Judiciário começam em diferentes canais do sistema de justiça, como delegacias de polícia (comuns e voltadas à defesa da mulher), disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas.

É ou conhece alguém que sofre qualquer tipo de violência? Saiba onde e como denunciar:

  • Disque 180

O Disque-Denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.

Os casos de violência doméstica que desembocam no Poder Judiciário têm início em diferentes canais do chamado Sistema de Justiça, como delegacias de polícia, disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas
Créditos: CNJ
Os casos de violência doméstica que desembocam no Poder Judiciário têm início em diferentes canais do chamado Sistema de Justiça, como delegacias de polícia, disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas
  • Disque 100

O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.

  • Polícia Militar (190)

A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas. Na audiência de custódia, o juiz decide se ele ficará preso ou será posto em liberdade.

Atenção ao protocolo policial! O atendimento presencial de um chamado depende de muitos fatores, como a disponibilidade de uma viatura no momento e uma avaliação da gravidade da situação. A ameaça à vida e à integridade física de alguém são sempre prioridade em relação a outros chamados, por isso, é importante explicar exatamente o que está ocorrendo quando solicitar o atendimento ao 190. Fale se já ouviu outras discussões antes e ligue mais vezes caso a viatura demore a aparecer.

Meta a colher, sim! Qualquer pessoa pode – e deve – dar queixa de casos de violência doméstica!
Créditos: iStock/@jacoblund
Meta a colher, sim! Qualquer pessoa pode – e deve – dar queixa de casos de violência doméstica!