Jornalista recebe ameaças após revelar organizadores do “Dia do Fogo”

Relatório divulgado pela ONG Campanha Emblema de Imprensa mostra que Brasil é o 4º país que mais mata jornalistas no mundo

Responsável por denunciar os planos que antecederam o “Dia do Fogo” no interior do Pará, o jornalista Adecio Piran se tornou alvo de ameaças e ataques nas redes sociais.

Idealizador do site “Folha do Progresso”, da cidade de Novo Progresso (PA), ele registrou boletim de ocorrência na polícia.

No último dia 5 de agosto, Piran revelou os preparativos organizados por produtores rurais e pecuaristas da região da BR-163, que culminaram em incêndios criminosos contra a floresta amazônica no dia 10 de agosto. À época, o Ministério Público Federal chegou a notificar o Ibama sobre a possibilidade da ação criminosa.

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Incêndio na Floresta Amazônia em São Félix do Xingu, no Pará
Créditos: Daniel Beltrá/Greenpeace
Incêndio na Floresta Amazônia em São Félix do Xingu, no Pará

Em nota de repúdio, a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e o Sindicato dos Jornalistas do Pará atribuíram as retaliações à repercussão das reportagens. Um panfleto com ofensas e acusações contra Piran foi distribuído na cidade de Novo Progresso.

Ameaças nas redes e ofensas nas ruas

Piran passou a sofrer ameaças desde a última quarta-feira, 28, nas redes sociais. Além disso, anunciantes do jornal também estariam sendo coagidos a retirar o apoio à publicação. Além disso, um panfleto com ofensas e acusações contra Piran foi distribuído recentemente nas ruas de Novo Progresso.

Segundo informações do Uol, o MP-PA (Ministério Público do Pará) ofereceu ao jornalista a possibilidade ser inserido no Programa de Proteção a Testemunha.

Diante da denúncia, a Polícia Civil do Pará tem realizado diligências para apurar a ocorrência de crimes de ameaça, calúnia e difamação.