Jovem gay brasileiro espancado até a morte causa comoção na Espanha
A vítima foi espancada por 13 pessoas que gritavam "maricón"
Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, foi linchado perto de uma boate em La Coruña, noroeste da Espanha, no último fim de semana. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã de sábado, 3. O crime chocou o país e provocou uma série de protestos contra a homofobia.
Foram realizadas marchas em diversas cidades da Espanha. Samuel era auxiliar de enfermagem e morava no país desde pequeno.
Segundo o jornal espanhol “El Mundo”, o jovem foi agredido inicialmente por um homem que pensou ter sido filmado por Samuel. Não satisfeito, ele voltou com mais dez pessoas que o espancaram até a morte.
Depois da violência, eles fugiram do local. Ninguém foi preso.
Uma amiga afirmou que Samuel saiu da boate para fumar e fazer um telefonema.
Homofobia é crime!
Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo. Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.
Como denunciar pela internet
Em casos de homofobia em páginas da internet ou em redes sociais, é necessário que o usuário acesse o portal da Safernet e escolha o motivo da denúncia.
Feito isso, o próximo passo é enviar o link do site em que o crime foi cometido e resumir a denúncia. Aproveite e tire prints da tela para que você possa comprovar o crime. Depois disso, é gerado um número de protocolo para acompanhar o processo.
Há aplicativos que também auxiliam na denúncia de casos de homofobia. O Todxs é o primeiro aplicativo brasileiro que compila informações sobre a comunidade, como mapa da LGBTfobia, consulta de organizações de proteção e de leis que defendem a comunidade LGBT.
Pelo aplicativo também é possível fazer denúncias de casos de homofobia e transfobia, além de avaliar o atendimento policial. A startup possui parceria com o Ministério da Transparência-Controladoria Geral da União (CGU), órgão de fiscalização do Governo Federal, onde as denúncias contribuem para a construção de políticas públicas.
Com a criminalização aprovada pelo STF, o aplicativo Oi Advogado, pensado para conectar pessoas a advogados, por exemplo, criou uma funcionalidade que ajuda a localizar especialistas para denunciar crimes de homofobia.
Delegacias
Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. Nesses casos, é necessário registrar um Boletim de Ocorrência e buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada.
As denúncias podem ser feitas também pelo 190 (número da Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).