Essa arte é um lixo

Depois de se formar em artes plásticas pela Faap, Rodrigo Machado decidiu montar uma empresa de cenografia. Por trás da beleza dos cenários criados e de seus holofotes, incomodavam-no o desperdício e a questão ambiental.

“Quase tudo o que usávamos ia direto para o lixo.” Agora, ao transformar lixo em cenário, ele está invertendo o caminho -ele se prepara para receber sua maior plateia, constituída, num único dia, por centenas de milhares de espectadores (isso se o número não ultrapassar a casa do milhão), a maioria deles sujando as ruas.

Em conjunto com Padô (Cleber Padovani), seu parceiro de experimentações estéticas, Rodrigo criou o projeto “Urban Trash Art”, cujo objetivo é usar lixo para realizar obras públicas. Foram convidados a criar uma escultura gigante para ser exposta durante a Virada Cultural, evento previsto para o próximo dia 15 de maio, quando o centro da cidade mais um vez ficará tomado por artistas, multidões e muito lixo.

A vocação de Rodrigo de pegar objetos na rua vem da sua adolescência. Como tinha um ateliê em casa, coletava cadeiras, mesas, pneus, pedaços de pau, ferros, restos de computadores. Com esse material, produzia objetos de design. Ou simples experimentações, vistas por quase todos como entulho. Para sua sorte, tem pais professores, que sempre estimularam a sua curiosidade estética.

Nunca perdeu o hábito de fazer esse tipo de reciclagem. Mas, depois de graduado na faculdade, acabou mesmo produzindo lixo com sua empresa de cenografia. Mas se cansou disso e optou, desde o fim do ano passado, por tentar viver de arte. (Leia coluna completa na Folha de S.Paulo)

Para entender mais assista aos vídeos e veja as fotos:

http://www.youtube.com/watch?v=ZzlfFdYh5OE