‘Lula merece um julgamento justo’, diz Gilmar Mendes
O ministro do STF participou do Conversa com Bial desta segunda-feira, 14
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, participou do Conversa com Bial desta segunda-feira, 14. Entre os assuntos abordados no programa, ele comentou o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também falou sobre o ministro Sérgio Moro.
Ao ser questionado sobre o possível desenrolar do movimento “Lula Livre”, Gilmar Mendes disse que o ex-presidente da República merece um julgamento justo. “A minha percepção é que nos círculos acadêmicos no mundo há a impressão de que há muitos vícios nesse processo do Lula, e eu tenho dito então que o Lula merece um julgamento justo”, afirmou.
O apresentador Pedro Bial, em seguida, perguntou: “Para isso deveria começar tudo de novo, então?”. “Não sei. Mas merece um julgamento justo. Tudo isso que vem se revelando de fato deixa a suspeita sobre esse caso”, respondeu o ministro do STF.
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Segundo Gilmar, o ministro da Justiça, Sergio Moro, “virou um personagem que (Jair) Bolsonaro leva para jogo do Flamengo”. Bial questionou se havia lugar para Moro no Supremo.
“Moro chegou quase que como um primeiro-ministro. Depois ele virou esse personagem que o Bolsonaro leva para o jogo do Flamengo. Ele está precisando do Bolsonaro. Antes o Bolsonaro precisava dele, depois ele passa a precisar do Bolsonaro”, declarou o ministro do STF.
Gilmar Mendes ainda criticou a abordagem da mídia às ações do STF.
“Quero dividir a minha responsabilidade com vocês. Vocês têm uma grande parcela de responsabilidade. Quando vocês dizem ‘Gilmar solta’, e estou falando porque já reclamei para a Rede Globo, a decisão foi da turma, mas vocês dizem ‘Gilmar solta’, mas não explicam do que se trata. Houve um lavajatismo militante da mídia, a mídia aderiu a isso. Nós ficamos como os bandidos da história, aqueles que erraram ao soltar”, explicou.
“A mídia faz parte disso. A Lava Jato é case de sucesso de mídia, são melhores publicitários que juristas. Houve essa coalizão, essa coabitação. A responsabilidade é muito maior da mídia do que minha”, completou.