Macron critica Bolsonaro após comentário machista sobre sua esposa
Segundo o presidente francês, os brasileiros "merecem um presidente que se comporte à altura" do cargo
O presidente da França, Emmanuel Macron, comentou nesta segunda-feira, 26, uma declaração machista feita pelo presidente Jair Bolsonaro sobre sua esposa, Brigitte Macron. Neste sábado, 24, o brasileiro foi misógino ao responder um internauta que zombava da mulher do francês, 24 anos mais velha que ele.
No Facebook, um seguidor do presidente brasileiro postou uma montagem com fotos dos dois casais (Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro / Emmanuel Macron e Brigitte Macron) e escreveu: “Agora entende por que Macron persegue Bolsonaro?”. O próprio Bolsonaro respondeu: “Não humilha cara. Kkkkkkk”. A resposta repercutiu na imprensa francesa, que criticou a atitude sexista.
Ao lado do presidente do Chile, Sebastián Piñera, Macron disse, em entrevista coletiva, que a fala sobre Brigitte foi “triste” para os brasileiros, uma “vergonha” para as mulheres do país e “extremamente desrespeitoso”. Segundo ele, os brasileiros “merecem um presidente que se comporte à altura” do cargo.
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O francês declarou que cada dirigente é eleito por seu país, mas que era obrigado a constatar que houve “um mal-entendido com o presidente Bolsonaro”, que, segundo sua análise, não cumpriu a promessa de zelar pelo meio ambiente.
“Ele fez comentários extraordinariamente desrespeitosos em relação a minha esposa. O que posso dizer? É triste. Mas é triste, sobretudo, para ele e os brasileiros. Penso que as mulheres brasileiras têm, sem dúvida, vergonha de seu presidente. Penso que os brasileiros, que são um grande povo, têm um pouco de vergonha de ver esse comportamento. Eles esperam, quando se é presidente, que se comporte bem em relação aos outros. Tenho muito respeito e admiração pelo povo brasileiro, e espero muito rapidamente que eles tenham um presidente que se comporte à altura”, afirmou.
Em relação à Amazônia, Macron anunciou uma ajuda financeira de € 20 milhões e também apoio militar para combater os incêndios, respeitando a soberania de cada país da região, mas construindo uma governança que inclua diferentes atores.