Na última sexta-feira, 4 de agosto, enquanto diversos espaços da cidade celebravam o direito ao aleitamento, por conta da Semana Mundial de Aleitamento Materno 2017, a empreendedora Ina Amoroso foi impedida de entrar em uma feira de negócios com seu filho de cinco meses. Conforme conta o blog Mães de Peito, Ina chegou até até a entrada da Craft Design, na Vila Madalena, onde acontecia o evento, com o bebê no carregador de colo, quando foi informada que não poderia entrar com ele, que mama exclusivamente no peito.

Ina e o companheiro solicitaram falar com a organização do evento, e, depois de esperar por mais de 20 minutos, foram tratados de forma hostil.

“Um dos organizadores nos abordou de maneira impaciente, cínica e desrespeitosa, dizendo que essas eram as normas do evento, que o alvará proibia menores de 14 anos e que o evento, por ser privado, tinha o direito de fazer suas próprias regras”, conta Ina ao Mães de Peito. Clique aqui para ler a história completa.

Situações como essa alertam para um preocupante desrespeito com os direitos da criança e da lactante.

A discriminação ocorrida, infelizmente, não é um incidente isolado, e ainda faz parte do dia a dia de famílias que precisam lutar por seus direitos de ir e vir com seus bebês, e reforça a importância de se manter informado sobre os direitos da criança, que deve ser tratada conforme a cidadã que é.

“É triste ainda termos de presenciar situações como essa nos dias de hoje. Acho engraçado porque se o evento falasse que é proibida a entrada de idosos, por exemplo, muitos perceberiam o absurdo, mas parece que quando entram em questão crianças e bebês, as pessoas normatizam”, lamenta a empreendedora.

Em situações como esta, cabe à pessoa lesada o direito de prestar queixa e registrar um boletim de ocorrência na prefeitura ou junto ao governo estadual. Dessa forma, o estabelecimento ou local em questão pode ser multado conforme a lei, que prevê o direito à amamentação tanto em locais públicos quanto em privados. É possível recorrer também ao judiciário, para solicitar uma indenização por danos morais e/ou constrangimento público.

Em nota de esclarecimento à redação do Catraquinha, a Craft Design se posicionou em relação ao ocorrido:

NOTA DE ESCLARECIMENTO
Lamentamos profundamente o ocorrido com a visitante na 31ª Craft Design. De acordo com as práticas de mercado, crianças menores de 14 anos não são permitidas a entrar em eventos como este. A criança que estava dentro da feira, com prévia autorização, participava de uma matéria para o programa Pequenas Empresas Grandes Negócios, cujo tema falava sobre o lançamento de um produto voltado ao segmento infantil, e saiu logo após o término da filmagem. Nós da Craft Design não compactuamos nem admitimos atitudes racistas e sexistas.
Craft Design,

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