Mais de 300 balsas de garimpeiros invadem rio na Amazônia

Imagens mostram centenas de balsas garimpando o leito de um dos mais importantes rios da Amazônia

Centenas de balsas e dragas usadas por garimpeiros foram flagradas no rio Madeira, próximo à comunidade indígena de Rosário, no município de Autazes (AM).

As embarcações usadas na extração ilegal de começaram a chegar ao local há cerca de 15 dias, quando surgiu a informação de que havia ouro na região da comunidade.

 Em áudios que circulam em grupos de Whatsapp, garimpeiros falam em criar “paredões” para dificultar fiscalização no rio Madeira, um dos mais importantes da Amazônia
Créditos: Bruno Kelly/Greenpeace
 Em áudios que circulam em grupos de Whatsapp, garimpeiros falam em criar “paredões” para dificultar fiscalização no rio Madeira, um dos mais importantes da Amazônia

A invasão dos garimpeiros foi confirmada pelo Greenpeace Brasil num sobrevoo ocorrido na última terça-feira, 23. ”

Constatamos que as embarcações estão efetivamente trabalhando no leito do rio Madeira, extraindo ouro numa região situada entre as cidades de Autazes e Nova Olinda do Norte. Mais especificamente, nas imediações do Rosarinho”, diz Danicley de Aguiar, porta-voz da ONG.

Segundo o Greenpeace Brasil, Rosarinho é famoso por conta de um pequeno porto que é usado por habitantes de cidades como Nova Olinda do Norte, Borba e Novo Aripuanã para pegar pequenas embarcações e ir à Manaus, distante cerca de 110 km.

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) disse que “tomou conhecimento das denúncias sobre a movimentação das embarcações e que será feito um diagnóstico apurando a real situação no local”. Segundo o órgão, a exploração mineral na região não é perimitida.

 Centenas de dragas e empurradores são flagradas em nova área de exploração no rio Madeira
Créditos: Bruno Kelly/Greenpeace
 Centenas de dragas e empurradores são flagradas em nova área de exploração no rio Madeira

Um vídeo publicado no Twitter mostra cerca de 300 balsas e dragas, formando uma espécie de paredão, descendo o rio em direção a terras indígenas.

Em nota, o Ipaam disse que comunicou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para alinhar as providências, depois de identificar a presença das balsas mineradoras.

Garimpeiros fazem ameaça

Gravação obtida pelo jornal Estado de S. Paulo revela que garimpeiros planejam uma reação caso p grupo seja abordados pela fiscalização.

“Tem de fazer um paredão daqueles e esperar todo mundo aí. Eles vão respeitar”, diz um garimpeiro na gravação.

O rio Madeira percorre cerca de 3.300 km desde sua nascente na Bolívia através da floresta no Brasil até desaguar no rio Amazonas.