71 mil apoiam reabertura da exposição ‘Queermuseu’

Para fotógrafa que criou petição na Change.org, o Santander Cultural 'acatou de cara uma atitude retrógrada'

12/09/2017 17:54 / Atualizado em 18/09/2017 19:03

A exposição “Queermuseu”, que reúne obras sobre a diversidade sexual e estava em cartaz no Santander Cultural, em Porto Alegre, virou motivo de polêmica e de petição on-line.

Tela que fazia parte da exposição “Queermuseu”, suspensa após reclamações
Tela que fazia parte da exposição “Queermuseu”, suspensa após reclamações

A fotógrafa carioca Evelyne Marques Rodrigues, 54 anos, viu reportagens sobre o encerramento da mostra depois que representantes do MBL (Movimento Brasil Livre) usaram redes sociais para criticar o evento e chegaram a agredir verbalmente quem visitava a mostra, e ficou “indignada”.

“Além de reacionário o ato em sim, há a postura do centro cultural, que em nenhum momento defendeu o direito à expressão e acatou de cara uma atitude retrógrada. É uma porta que se abre a práticas obscuras”, afirma. A maneira que encontrou para intervir, conta ela, foi criando um abaixo-assinado on-line na plataforma Change.org.

Cerca de 71 mil pessoas apoiaram a petição, entre elas muitos artistas, como o cantor Leoni, o diretor de TV e teatro Michel Melamed, o vocalista da banda “Nenhum de Nós”, Thedy Corrêa, a ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda, a atriz Vera Zimmermann, o diretor de TV Michel Coeli e o cineasta Daniel Ribeiro, autor de “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”.

A fotógrafa diz que espera que o Santander Cultural reveja seu posicionamento e reabra a mostra. Para ela, ao tomar a decisão de suspender o evento, a instituição teve uma “atitude exatamente contrária à que deve ter um centro cultural sobre os conteúdos artísticos que viabiliza à apreciação de toda uma sociedade”.

“Eu tinha a esperança de que as pessoas que marquei inicialmente para me ajudar a divulgar a petição a compartilhasse, mas acabou se multiplicou muito mais rápido. Fico feliz que esteja andando assim. Podemos fazer mais do que resmungar baixinho e mastigar nossa indignação. Podemos, de modo amplo e civilizado, reclamar nosso direitos, dizer o que pensamos e a que viemos.”

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