Maquiador recebe bilhete homofóbico por dar às mãos ao namorado em prédio

 No bilhete, vizinho afirmou que prédio é 'local familiar'

19/09/2020 10:25

Um maquiador foi alvo de homofobia no condomínio onde mora de Joinville (SC). Felipe Alves, 26 anos, recebeu um bilhete anônimo deixado em sua porta reclamando por ele andar de mãos dadas com o namorado nas áreas comuns do prédio. O caso aconteceu no dia 11 de setembro. As informações são do G1.

No bilhete, vizinho afirmou que prédio é ‘local familiar’, diz o bilhete homofóbico
No bilhete, vizinho afirmou que prédio é ‘local familiar’, diz o bilhete homofóbico - Reprodução/Instagram

“Olá vizinho. O Condomínio Piratuba é um local de família. Respeitamos todas as pessoas e não nos importamos com o que cada um faz dentro de sua casa. Mas essa semana eu tive que explicar pro meu filho pequeno o porquê de dois homens de mãos dadas andando pelo estacionamento. Respeito por favor”, diz o bilhete anônimo.

Felipe relata o momento em que leu a reclamação: “Fique sem reação, eu não esperava receber isso em 2020. Fiquei com muita raiva e amassei. Depois respirei, guardei e não contei para o meu namorado porque não queria ele ficasse triste com a situação”.

A vítima, que também é dono de barbearia voltada para o público LGBT e mulheres com cabelos curtos, afirmou que mora no condomínio há pouco mais de um mês e o namorado estava na casa dele. “É normal a gente andar de mãos dadas, algo natural”, disse.

Indignado com o caso, o maquiador expôs o caso no grupo dos moradores do seu bloco e também nas redes sociais.

Felipe revelou ainda ao G1 que recebeu apoio de outros moradores e que, depois de muita insistência, o condomínio se manifestou sobre o caso.

Saiba o que fazer e como denunciar casos de homofobia

Em alguns casos, a discriminação pode ser discreta e sutil, como negar-se a prestar serviços. Não contratar ou barrar promoções no trabalho e dar tratamento desigual a LGBT são atos homofóbicos também.

Mas muitas vezes o preconceito se torna evidente com agressões verbais, físicas e morais, chegando a ameaças e tentativas de assassinato.

Qualquer que seja a forma de discriminação, é importante que a vítima denuncie o ocorrido. A orientação sexual ou a identidade de gênero não deve, em hipótese alguma, ser motivo para o tratamento degradante de um ser humano. Entenda como denunciar.