Marielle: Porteiro mentiu sobre ida de suspeito à casa de Bolsonaro

"A prova técnica juntada aos autos mostra que quem autoriza a entrada de Élcio Queiroz no condomínio é Ronnie Lessa", afirma o Ministério Público

O Ministério Público do Rio informou, nesta quarta-feira, 30, que o porteiro mentiu sobre ida do suspeito da morte de Marielle Franco, Élcio Queiroz à casa de Bolsonaro, no dia do crime, em 14 de março de 2018.

Marielle: Porteiro mentiu sobre ida de suspeito à casa de Bolsonaro
Créditos: Reprodução/TVGlobo e Agência Brasil
Marielle: Porteiro mentiu sobre ida de suspeito à casa de Bolsonaro

A procuradora do Ministério Público Simone Sibilio, chefe do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), afirmou que o porteiro mentiu em depoimento à Polícia Civil. De acordo com Simone, quem autoriza a entrada de Élcio Queiroz no condomínio de Bolsonaro é Ronnie Lessa, sargento aposentado da Polícia militar e suspeito de ter feito os disparos que matou a vereadora e o motorista Anderson Gomes.

“A prova técnica juntada aos autos mostra que no dia 14/03/2018 às 17h07, quem autoriza a entrada de Élcio Queiroz no condomínio é Ronnie Lessa”, afirma Sibilio.

A revelação feita pelo porteiro de que Élcio Queiroz teria ido à casa de Lessa, dizendo na portaria que ia à residência de Bolsonaro, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco, veio a público com reportagem veiculada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, nesta terça-feira, 29.

Segundo Sibilio, a investigação teve acesso à planilha da portaria do condomínio e às gravações do interfone. Após essa verificação, teria ficado comprovado que o porteiro não interfonou para Bolsonaro, mas sim, diretamente para Ronnie Lessa. Portanto a entrada de Élcio foi autorizada pelo outro suspeito, com quem de fato se encontrou.

O Ministério Público não categorizou que o porteiro deu falso testemunho propositalmente. Para o MP, o porteiro pode ter anotado que Élcio foi para a casa de Bolsonaro por vários motivos, pode ter se equivocado, mas que tudo será apurado. “Todas as pessoas que prestam falso testemunho podem ser processadas”, disse Sibilio.