Ex-jogador de vôlei Maurício Souza receberá a maior honraria da Alesp
Ex-jogador foi afastado do vôlei profissional devido a uma série de postagens homofóbicas nas redes sociais; ele deve ser candidato a deputado neste ano
Maurício Souza, ex-jogador de vôlei do Minas Tênis Clube, será homenageado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, no dia 9 de maio. A honraria é oferecida a quem contribui para o desenvolvimento social, cultural e econômico no estado.
O prêmio será entregue pela parlamentar Leticia Aguiar (PP). Segundo a deputada, o ex-jogador foi corajoso ao se posicionar “contra a ideologia de gênero e a sexualização das crianças”.
Mauricio Souza e as postagens homofóbicas
O contrato do jogador de vôlei Maurício Souza foi rescindido pelo Minas Tênis Clube no fim de outubro de 2021, depois de uma crise que começou com postagens homofóbicas que o atleta costuma fazer nas redes sociais.
- Saiba tudo o que pode acontecer com o jogador Daniel Alves
- O que se sabe sobre o barbeiro que agredia gays e grava ataques no Rio
- Homem diz que é melhor do que ex por não ter filhos negros e gays
- Roberto Jefferson é multado em R$ 31,9 mil por declarações homofóbicas
Patrocinadores do clube pediram retratação pediram que o jogador se retratasse. Ele chegou a pedir desculpas, mas não foi o suficiente para amenizar a tensão.
Antes de ser demitido, Mauricio Souza tentou se desculpar timidamente pelas publicações, mas não foi o suficiente para conter a crise. Pouco depois de ser desligado do clube, ele voltou às redes sociais para reiterar as suas posições. Veja:
“A culpa de tudo não é do minas!”, escreveu. “A culpa é da galera que não aceita mais opinião contrária a deles, qualquer coisa falada que não seja o que eles aprovam você é homofóbico e preconceituoso fato.”
Homofobia é crime!
Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo. Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.
Como denunciar pela internet
Em casos de homofobia em páginas da internet ou em redes sociais, é necessário que o usuário acesse o portal da Safernet e escolha o motivo da denúncia.
Feito isso, o próximo passo é enviar o link do site em que o crime foi cometido e resumir a denúncia. Aproveite e tire prints da tela para que você possa comprovar o crime. Depois disso, é gerado um número de protocolo para acompanhar o processo.
Há aplicativos que também auxiliam na denúncia de casos de homofobia. O Todxs é o primeiro aplicativo brasileiro que compila informações sobre a comunidade, como mapa da LGBTfobia, consulta de organizações de proteção e de leis que defendem a comunidade LGBT.
Pelo aplicativo também é possível fazer denúncias de casos de homofobia e transfobia, além de avaliar o atendimento policial. A startup possui parceria com o Ministério da Transparência-Controladoria Geral da União (CGU), órgão de fiscalização do Governo Federal, onde as denúncias contribuem para a construção de políticas públicas.
Com a criminalização aprovada pelo STF, o aplicativo Oi Advogado, pensado para conectar pessoas a advogados, por exemplo, criou uma funcionalidade que ajuda a localizar especialistas para denunciar crimes de homofobia.
Delegacias
Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. Nesses casos, é necessário registrar um Boletim de Ocorrência e buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada.
As denúncias podem ser feitas também pelo 190 (número da Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).