Médium João de Deus é acusado de abuso sexual
Mulheres relataram ataques durante tratamentos espirituais em Abadiânia, Goiás
João de Deus, médium brasileiro conhecido internacionalmente, foi acusado por dez mulheres de abuso sexual, em reportagem exibida no “Conversa com Bial”, da Globo, na madrugada deste sábado, 8.
As vítimas relataram que foram atacadas durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, na cidade de Abadiânia, em Goiás (GO).
Zahira Leeneke Maus, uma coreógrafa holandesa, foi a única que aceitou se identificar para a matéria, gravou vídeo e foi ao palco do programa para falar sobre os abusos. A moça começou a frequentar a Casa em 2014, quando buscava a cura espiritual justamente para traumas passados com abuso sexual.
“[…] Existe um sistema. A primeira coisa é vire de costas, eu vou te curar. Existe um padrão (…) Você é manipulada a acreditar na cura”, declarou.
Além dela, as outras entrevistadas disseram que quando estavam sozinhas com ele eram violentadas sexualmente.
“Pegava na minha mão para eu pegar no pênis dele. (…) Ele falava: ‘Põe a mão, isso é limpeza. Você precisa dessa limpeza, é o único jeito de fazer isso'”, disse outra mulher que não se identificou.
Em nota, a assessoria de imprensa de João de Deus afirmou que “rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos”: “Há 44 anos, João de Deus atende milhares de pessoas em Abadiânia, praticando o bem por meio de tratamentos espirituais. Apesar de não ter sido informado dos detalhes da reportagem, ele rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos”.
A Casa recebe até 10 mil pessoas por mês para atendimentos, boa parte delas estrangeiras. Até a apresentadora americana Oprah Winfrey chegou a visitar o local.