Menina morre atingida por bala perdida no sofá de casa no Rio

Anna Carolina de Souza Neves, de 8 anos de idade, é a primeira criança assassinada vítima de bala perdida no Rio de Janeiro em 2020

Anna Carolina de Souza Neves tinha apenas 8 anos de idade
Créditos: Reprodução / Facebook
Anna Carolina de Souza Neves tinha apenas 8 anos de idade

Anna Carolina de Souza Neves, de 8 anos de idade, é a primeira criança assassinada por bala perdida no Rio de Janeiro em 2020. A menina morreu na madrugada desta sexta-feira, 10, depois de ser atingida na cabeça quando estava no sofá de sua casa no bairro Parque Esperança, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Segundo reportagem de Guilherme Santos e Isabella Vilela, da TV Globo, moradores abordaram os policiais enquanto eles passavam pela Avenida Joaquim da Costa Lima. Neste momento, o pai da vítima apareceu com a criança no colo e a levou até a viatura. Os agentes encaminharam Anna Carolina até o Hospital de Saracuruna, mas ela não resistiu aos ferimentos.

A família contou à Polícia Militar que ouviram disparos pouco antes da menina ser baleada, mas a corporação informou que não havia operação na região.

Segundo informações do Fogo Cruzado, um laboratório de dados sobre violência armada, 112 crianças e adolescentes foram baleados no Grande Rio em 2019. Destes, 60 morreram. Ao todo, 58 crianças e adolescentes foram baleados em situações onde houve a presença de agentes de segurança.

Veja abaixo mais dados divulgados pela plataforma:

Crianças pedem fim da violência no Rio

Em meio à violência extrema que atinge o Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, mais de 1,5 mil cartas de moradores das favelas foram entregues à Justiça estadual em agosto do ano passado, pedindo que ações para proteger a população sejam retomadas.

Idealizada pela instituição Redes da Maré, a ação cobrava que o Tribunal de Justiça (TJRJ) reavaliasse o arquivamento de processo que estabeleceu medidas para proteger a população das comunidades.

Entre as mensagens escritas por crianças que vivem nas favelas, muitas acompanhavam desenhos mostrando helicópteros sobre casas e policiais atirando em moradores.

“Eu queria que parassem as operações porque muitas famílias serão mortas. Agora, eu estou sem quarto porque vocês destruíram na operação. Todo mundo na minha escola chora, meu irmão morreu por causa dos policiais e eles bateram no meu primo”, diz uma das cartas.

Confira as cartas neste link.