Menino de 9 anos se mata após se assumir gay na escola

Jamel Myles passou quatro dias sofrendo bullying e sendo encorajado a tirar a própria vida.

Menino comete suicídio após sofrer bullying na escola
Créditos: nixki/istock
Menino comete suicídio após sofrer bullying na escola

Jamel Myles, de 9 anos de idade, cometeu suicídio na última quinta-feira, 23, na casa onde morava com os pais em Denver, Colorado, nos Estados Unidos, quatro dias após se assumir gay na escola.

A mãe do menino, Leia Pierce, contou que o filho revelou a ela sua homossexualidade há cerca de um ano e foi aceito. Entretanto, quando contou aos seus colegas de classe sobre sua orientação sexual, começou a sofrer bullying. O garoto, inclusive, foi encorajado pelas outras crianças a tirar a própria vida.

“Quatro dias letivos foram o suficiente. Eu não sei o que mais falaram pra ele, mas minha filha disse que ele lhe contou que seus colegas falaram que ele devia se matar quando ele disse que era gay. Estou triste por ele não ter me contado disso antes”, desabafou ela à emissora de TV local KDVR.

Jamel Myles tinha 9 anos e se suicidou após se assumir homossexual na escola
Créditos: Reprodução/Facebook
Jamel Myles tinha 9 anos e se suicidou após se assumir homossexual na escola

Ainda de acordo com o canal, a Secretaria de Educação de Denver está fornecendo assistência social à família de Jamel e aos alunos acusados e afetados pela morte dele. Agora, o Departamento de Polícia da cidade está investigando o caso.

Por fim, Leia Pierce fez um apelo às instituições de ensino sobre a importância de alertar os alunos em relação ao bullying homofóbico. A mãe de Jamel acredita ainda que os pais dos garotos que provocaram a vítima devem ser responsabilizados para evitar outros casos semelhantes.

Sinais de alerta

De acordo com a psiquiatra Alexadrina Meleiro, na maioria das vezes, as pessoas que estão prestes a cometer suicídio dão alguns sinais, mas que nem sempre são captados pelos familiares e amigos. “Os idosos costumam arrumar documentação para que a família não tenha trabalho depois que ele for embora. Já os jovens costumam ficar irritados, retraídos, se afastar dos amigos, ir mal na escola. Tudo a gente tem que ver como um sinal de que algo não vai bem”, explica.

Para ela, a preocupação, no entanto, não deve ser somente com os jovens e idosos, mas também com pessoas na esfera de trabalho, principalmente nesse cenário de desemprego, povo indígena, pessoas LGBT e adolescentes em gestação precoce. “São populações também em risco, principalmente quando a família não dá a atenção que ela precisa”, afirma Meleiro.