Milhares assinam petição a favor de uma escola com diversidade
O abaixo-assinado foi criado em resposta ao projeto Escola Sem Partido
O polêmico projeto Escola Sem Partido volta a ser debatido esta semana na Câmara dos Deputados. O PL 7180/14 apresenta 6 “deveres do professor” a serem seguidos em sala de aula, incluindo a proibição de “promover suas próprias opiniões e preferências ideológicas” e banindo das escolas atividades que incentivem o que chamam de “ideologia de gênero”, assim como os termos gênero e orientação sexual.
Em resposta contrária a tal projeto foi que o instituto Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) criou um abaixo-assinado na Change.org divulgando o movimento chamado Escola Com Diversidade, que coloca em pauta 8 aspectos os quais os pesquisadores acreditam serem indispensáveis para a educação.
Os oito pontos do movimento são: liberdade de expressão, diversidade de opiniões, formação do pensamento crítico, contra o preconceito, contra as desigualdades, múltiplas versões, uso de evidências e autonomia das escolas.
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O abaixo-assinado já conta com mais de 67 mil assinaturas e segue crescendo. Leia mais em: www.change.org/EscolaComDiversidade
“Não estamos olhando com desprezo para o Escola Sem Partido, e sim pontuando que o Escola com Diversidade busca sinalizar que certas questões precisam ser garantidas no processo de aprendizagem”, explica Ernesto Martins, pesquisador e fundador do Iede. “São aspectos que já estão amparados pela Constituição e pela Lei de Diretrizes. É uma discussão de cunho pedagógico, que tem que ser dada em sala de aula, não no Congresso”, acrescenta.
Para Ernesto, a maior preocupação em relação ao Escola Sem Partido é o discurso contrário à liberdade de expressão dos professores. “Gerar um confronto entre aluno e professor não é saudável, estão jogando contra essa boa relação e podem tornar a carreira de docente ainda menos atrativa, com o professor se sentindo vigiado e sem autonomia para tomar decisões de cunho pedagógico”, explica o pesquisador.
No texto do abaixo-assinado o instituto ainda pontua como a falta de especificação sobre o que seria a “doutrinação ideológica” pode abrir espaço para diversas interpretações, considerando como “doutrinação” discussões, por exemplo, sobre o respeito às mulheres, às diferentes raças e etnias e à comunidade LGBT. “A sala de aula tem que ser um espaço de discussão, para poder discutir preconceitos que existem na nossa sociedade”, diz Ernesto. “A escola tem que ter uma neutralidade, mas isso não é uma questão de escola neutra nem de doutrinação, e sim de garantias de direitos”, completa.