Ministro da Educação se desculpa por fala sobre homossexuais
Milton Ribeiro ainda afirmou que sua fala foi tirada de contexto. A nota veio à público após a PGR pedir seja investigado se ele cometeu crime de homofobia
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, divulgou nota neste sábado, 26, dizendo que teve uma fala “interpretada de modo descontextualizado” em matéria veiculada no jornal O Estado de São Paulo, na última semana. A nota de esclarecimento foi divulgada após a Procuradoria Geral da República (PGR) pedir, na sexta-feira , 25, que o Supremo Tribunal Federal (STF) apure se o ministro cometeu crime de homofobia.
Na última quinta-feira , 24, o ministro da educação fez comentários considerados discriminatórios que foram reproduzidos em redes sociais. Ribeiro afirma que as falas foram retiradas do contexto e tiveram interpretação equivocada.
“Jamais pretendi discriminar ou incentivar qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual”, diz a publicação. “Trechos da declaração, retirados de seu contexto e com omissões parciais, passaram a ser reproduzidos nas mídias sociais, agravando interpretação equivocada e modificando o real sentido daquilo que se pretendeu expressar”.
- Inscrições para o Sisu 2024 começam na segunda-feira
- Lula reforça compromisso contra a fome e alfineta Bolsonaro em discurso
- Roberto Jefferson é multado em R$ 31,9 mil por declarações homofóbicas
- Veja como Bolsonaro confiscar verbas das universidades impacta a Educação
O ministro da Educação pediu desculpas a quem se sentiu ofendido. “Por fim, diante de meus valores cristãos, registro minhas sinceras desculpas àqueles que se sentiram ofendidos e afirmo meu respeito a todo cidadão brasileiro, qual seja sua orientação sexual, posição política ou religiosa”.
A nota de esclarecimento do ministro da Educação foi divulgada após a Procuradoria Geral da República (PGR) pedir, na sexta-feira , 25, que o Supremo Tribunal Federal (STF) apure se o ministro cometeu crime de homofobia.
Veja a íntegra da nota:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Quanto à reportagem veiculada no jornal “O Estado de São Paulo”, venho esclarecer que minha fala foi interpretada de modo descontextualizado.
Jamais pretendi discriminar ou incentivar qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual.
Ademais, trechos da fala, retirados de seu contexto e com omissões parciais, passaram a ser reproduzidos nas mídias sociais, agravando interpretação equivocada e modificando o real sentido daquilo que se pretendeu expressar.
Por fim, diante de meus valores cristãos, registro minhas sinceras desculpas àqueles que se sentiram ofendidos e afirmo meu respeito a todo cidadão brasileiro, qual seja sua orientação sexual, posição política ou religiosa.
MILTON RIBEIRO
MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
Homofobia é crime!
Desde junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo.
Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.
Entretanto, apesar da notícia positiva, poucos LGBT sabem o que podem fazer caso sejam vítimas de algum crime do tipo.