Moradores da periferia de SP vivem em média até 23 anos a menos

A informação faz parte do Mapa da Desigualdade, divulgado pela Rede Nossa São Paulo nesta quarta-feira, 28

Paraisópolis e Morumbi, em São Paulo
Créditos: C_Fernandes / iStock
Paraisópolis e Morumbi, em São Paulo

Para quem mora no Jardim Paulista, região nobre da zona oeste de São Paulo, o tempo médio de vida é 23 anos maior do que um residente da Cidade Tiradentes, periferia da zona leste da capital. Esta e outras conclusões estão presentes no Mapa da Desigualdade, divulgado pela Rede Nossa São Paulo nesta quarta-feira, 28. Os dados são referentes a 2017.

Elaborada anualmente desde 2012, a pesquisa analisou 53 indicadores de diferentes áreas, como educação, saúde, transporte e cultura em 96 distritos paulistanos. O “desigualtômetro” da pesquisa compara o melhor e o pior índice da cidade. Os distritos com resultados igual a zero são excluídos do estudo por não possuírem um índice válido.

Campo Belo, na zona sul, é o bairro que mais apareceu na última colocação do “desigualtômetro”, com essa mesma posição em 15 indicadores diferentes. Em seguida, veio Marsilac, no extremo sul, com pior índice em 14 indicadores, seguido por Belém, na zona leste, com 13, e Grajaú, na zona sul, com 12.

Já o distrito que aparece mais vezes com o melhor dos indicadores é a Consolação, no centro: primeiro em 18 dos fatores avaliados. Depois, estão Jardim Paulista e Alto de Pinheiros, na zona oeste, figurando como melhor em 15 indicadores.

O mapa também mostra os equipamentos que estão em falta na capital, sendo a cultura a área mais afetada pela falta de investimento público. Do total de distritos, 60 não têm museus, 54 não dispõem de cinemas e em 53 não há centro cultural ou espaço de cultura para a população.

Em comparação com 2013, alguns índices de 2017 tiveram uma grande queda, como o número de leitos hospitalares, por exemplo, que variou 334,7%. São Rafael, no extremo sudeste da capital, tem o pior índice: 0,04 leito por habitante, enquanto Bela Vista, região central, tem 48,42.

Outros indicadores em que a desigualdade apresentou piora são: acidente com bicicleta, mortes no trânsito, Unidades Básicas de Saúde, centros culturais, teatro, baixo peso ao nascer, mortalidade materna e telecentros.

Entre os índices que tiveram redução na desigualdade no comparativo, estão: gravidez na adolescência, pré-natal insuficiente, mortalidade infantil e atendimento pré-escola.

Confira o mapa na íntegra.