Mulher assediada pelo chefe pede socorro em guardanapo

Pedido de ajuda foi enviado por delivery a clientes da lanchonete onde a jovem trabalha

Uma jovem de 19 anos que trabalha em uma lanchonete em Chapecó, no oeste de Santa Catarina, usou um guardanapo para pedir socorro. O bilhete com o pedido foi enviado por delivery junto com um lanche para a casa de um casal de clientes. Ela contou que estava sendo assediada pelo chefe e que ele estava tentando drogá-la.

“Por favor, chame a polícia nesse endereço. Meu chefe está me assediando e está tentando me drogar. Sou cozinheira. Por favor, não é brincadeira”, dizia o bilhete.

Ao encontrarem o guardanapo com o pedido de socorro no pacote do lanche, os clientes procuraram ajuda em guarnição da Guarda Municipal.

Mulher assediada pelo chefe pede socorro em guardanapo
Créditos: reprodução/Facebook/Guarda Municipal de Chapecó - GMC
Mulher assediada pelo chefe pede socorro em guardanapo

Uma viatura da GCM foi até o local, onde foram localizados o proprietário do estabelecimento e a vítima. De acordo com os guardas, a jovem relatou que seu chefe havia oferecido cocaína e R$ 150,00 para que ela tivesse relações ele.

Ela também disse que ele a agarrou, tentando levá-la para o quarto, mas que conseguiu se desvencilhar.

“Mais tarde, conforme relatou a vítima, ele novamente ofereceu cocaína, como recusou, ofereceu então um copo de vinho com coca-cola, sendo que conforme relatou a vítima, o rapaz havia colocado um produto branco dentro do copo. Diante de toda essa situação a vítima resolveu escrever um bilhete pedindo socorro e colocou dentro do pacote de um pedido que seria entregue a cliente”, disse a GCM.

Em buscas no local, os guardas localizaram, em um quarto, substância semelhante a cocaína.

A vítima e o proprietário da lanchonete foram conduzidos até uma delegacia para registro do boletim de ocorrência. Um inquérito será instaurado para apurar os fatos.

Como agir em caso de assédio sexual

O que fazer caso eu presencie um assédio?

Apoie a vítima e a auxilie a realizar a denúncia junto aos canais oficiais;
Ofereça-se como testemunha, caso você tenha testemunhado os fatos. Lembre-se: a omissão também ajuda a perpetuar a violência, pois cria uma ideia de que há uma tolerância generalizada a elas;

Como denunciar?

Qualquer assédio contra a mulher pode ser denunciada pelo número 180. A denúncia pode ser feita de forma anônima e é importante fornecer a maior quantidade de informações possíveis para que haja material suficiente para uma investigação e possível responsabilização do agressor. O fato da denúncia ter sido feita pelo 180 não impede que a vítima vá até uma delegacia fazer um boletim de ocorrência também;
Caso esteja diante de uma conduta ocorrendo naquele momento, faça registros (fotografe/filme) e ligue para a autoridade policial. Isso pode permitir que a conduta seja pega em flagrante facilitando a denúncia para as autoridades;

Se a pessoa estiver em situação de vulnerabilidade, como, por exemplo, em razão de embriaguez, ela pode não ter consciência do que está acontecendo, ofereça ajuda garantindo a segurança da mesma, pois, infelizmente, muitos casos de assédio e até de estupro ocorrem nessas circunstâncias, o que são elementos levados em conta no processo pois podem aumentar a pena do agressor. Em casos assim, ela não tem condições de consentir ou não. Regra de ouro: a pessoa só pode ter consentido se ela tiver condições para isso e sexo sem consentimento é estupro;
Em casos de violência contra criança e adolescentes a denúncia pode ser feita no conselho tutelar, no Ministério Público e/ou na Delegacia da Infância e da Juventude (se não houver delegacia especializada, busque uma delegacia normal).