A Mulher da Casa Abandonada: como estão os personagens desta história?

Podcast do jornalista Chico Felitti virou um sucesso nas plataformas de streaming, e agora todos querem saber detalhes dos personagens dessa história

08/07/2022 10:34 / Atualizado em 13/05/2025 01:30

A história de Mari, moradora de uma mansão decadente em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, viralizou com o podcast do jornalista Chico Felitti. A reportagem “A Mulher da Casa Abandonada” revelou que ela, considerada “bruxa” ou “louquinha do bairro”, era, na verdade, uma fugitiva da polícia norte-americana.

A Mulher da Casa Abandonada: Veja novas fotos do interior da mansão

"A Mulher da Casa Abandonada"
Podcast “A Mulher da Casa Abandonada” virou sucesso nas plataformas de streaming - Reprodução/Instagram @amulherdacasaabandonada

Ela e o marido, Renê, cometeram o crime de manter uma funcionária em condições análogas à escravidão entre a década de 1970 e o início dos anos 2000, em Maryland, nos Estados Unidos.

Ao ser redescoberta, 20 anos depois de fugir, muitos se perguntam como estão os envolvidos no caso. Acompanhe e descubra o que aconteceu com eles:

Margarida Bonetti (Mari)

Margarida Bonetti, a protagonista insólita dessa reportagem, esconde o rosto por baixo de uma espessa camada de pomada branca e ainda está em uma lista de procurados do FBI pelo crime de manter a empregada como escrava nos EUA.

Filha de um médico renomado e membro de uma das famílias mais tradicionais de São Paulo, Margarida Bonetti, chamada de Mari, conseguiu fugir para o Brasil, que não expatria cidadãos brasileiros para julgamento em outros países, e, por isso, nunca foi julgada.

Quando chegou na mansão de Higienópolis, ela ainda conviveu com a mãe até 2011, quando morreu. Foi a partir daí que a casa começou a deteriorar sem a manutenção devida.

Com o sucesso do podcast, ela abandonou a casa em data incerta e não foi mais vista.

O podcast "A Mulher da Casa Abandonada", do jornalista Chico
Mulher que vivia em “casa abandonada” era, na verdade, uma fugitiva da polícia norte-americana - Reprodução/Instagram @amulherdacasaabandonada

Renê Bonetti

O engenheiro eletrônico Renê Bonetti não conseguiu escapar dos Estados Unidos, deixado à própria sorte por Mari assim que a notícia se espalhou.

Ele foi julgado e condenado a 6 anos e meio de prisão, além de multa de US $100 mil e outros US $110 mil para compensar os salários da vítima.

Após cumprir pena, continuou nos EUA. Hoje, Renê é diretor na Northrop Grumman Corporation, uma multinacional norte-americana que atua no ramo aeroespacial e de defesa. Fundada em 1994, a empresa presta serviço à Nasa e é a quinta maior do mundo no setor de defesa.

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A empregada escravizada

Quando Margarida e Renê se casaram, eles “ganharam” de presente uma empregada doméstica. Antes, ela trabalhava para os pais de Mari.

A mulher, que não teve a identidade revelada, foi levada pelo casal aos Estados Unidos no final da década de 1970, quando eles se mudaram para o país.

Sem receber pelos serviços, trabalhando das 6h às 22h e sem direito a folga e férias, a empregada ainda era vítima de violência verbal, psicológica e física.

Em um episódio, Mari jogou uma panela de sopa quente no rosto da mulher, que teve fraturas nos ossos. Mesmo ferida, a empregada não pode ir ao hospital e ficou sem qualquer atendimento médico.

Quem descobriu o caso e fez a denúncia às autoridades foi uma vizinha, Vicky Schneider. Ela ajudou a empregada a fugir durante uma viagem de férias dos Bonetti e a escondeu por dois anos em uma igreja enquanto o FBI investigava o crime.

Apesar de ter o paradeiro preservado, segundo Vicky revelou ao jornalista Chico Felitti, ela vive bem e legalmente nos EUA.

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