Mulher que esfaqueou filho por homofobia é condenada a 25 anos em SP
Crime ocorreu no dia 29 de dezembro de 2016, em Cravinhos (SP), e contou com a participação de dois jovens e do padrasto da vítima
Tatiana Ferreira Lozano Pereira, de 34 anos, foi condenada a 25 anos e oito meses de prisão por ter esfaqueado e colocado fogo no corpo do filho Itaberli Lozano, de 17 anos, porque o adolescente era homossexual. Ela responde por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
O crime ocorreu no dia 29 de dezembro de 2016, em Cravinhos (SP), e o corpo foi encontrado no dia 7 de janeiro de 2017. Segundo a Promotoria, Itaberli foi atraído para uma emboscada, espancado e morto dentro de casa.
Ela golpeou o próprio filho com uma faca no pescoço, depois ligou para o marido, padrasto do adolescente, e pediu para que se livrasse do corpo, que foi queimado e jogado em um canavial.
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Victor Roberto da Silva, de 21 anos, e Miller da Silva Barissa, de 20 anos, participaram do crime e foram condenados por homicídio a 21 anos e oito meses. A defesa dos três disse que vai recorrer.
Alex Canteli Pereira, padastro de Itarbeli, também deveria ter sido julgado pela participação no incêndio do corpo e ocultação do cadáver, mas o advogado renunciou a defesa e o julgamento vai ser reagendado.
O julgamento ocorreu na terça-feira, 26, e além dos quatro acusados, 20 pessoas foram ouvidas. Na quarta, 27, ocorreu as considerações dos advogados e do Ministério Público.
A repercussão se deu após o tio da vítima, Dario Rosa, alegar que o homicídio foi causado por homofobia, já que a mãe não aceitava que Itaberli fosse gay e que eles tinham uma relação conturbada. Todos confessaram participação no crime. As informações são do UOL.
Saiba o que fazer e como denunciar casos de homofobia
Com uma morte a cada 23 horas de uma pessoa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, trans e travestis) e no topo do ranking de mortes de transexuais, é inegável que exista homofobia e transfobia no Brasil.
Como denunciar pela internet
Em casos de homofobia em páginas da internet ou em redes sociais, é necessário que o usuário acesse o portal da Safernet e escolha o motivo da denúncia.
Feito isso, o próximo passo é enviar o link do site em que o crime foi cometido e resumir a denúncia. Aproveite e tire prints da tela para que você possa comprovar o crime. Depois disso, é gerado um número de protocolo para acompanhar o processo.
Há aplicativos que também auxiliam na denúncia de casos de homofobia. O Todxs é o primeiro aplicativo brasileiro que compila informações sobre a comunidade, como mapa da LGBTfobia, consulta de organizações de proteção e de leis que defendem a comunidade LGBT.
Pelo aplicativo também é possível fazer denúncias de casos de homofobia e transfobia, além de avaliar o atendimento policial. A startup possui parceria com o Ministério da Transparência-Controladoria Geral da União (CGU), órgão de fiscalização do Governo Federal, onde as denúncias contribuem para a construção de políticas públicas.
Com a criminalização aprovada pelo STF, o aplicativo Oi Advogado, pensado para conectar pessoas a advogados, por exemplo, criou uma funcionalidade que ajuda a localizar especialistas para denunciar crimes de homofobia.
Delegacias
Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. Nesses casos, é necessário registrar um Boletim de Ocorrência e buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada.
As denúncias podem ser feitas também pelo 190 (número da Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).
Em alguns estados brasileiros, há órgãos públicos que fazem atendimento especializado para casos de homofobia.