Mulheres relatam casos de assédio sexual no Uber

Em reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo, mulheres afirmam terem sido assediadas ao utilizar o aplicativo de transporte Uber e revelam as táticas de defesa contra essas situações.

Em um dos relatos, que ocorreu no fim de outubro, o motorista convidou uma garota de 16 anos para sair e, no meio do trajeto, encerrou a corrida. Em pânico, a adolescente abriu a porta do carro e pulou. “Ela me ligou chorando muito, achei que tivesse acontecido um acidente”, contou a mãe.

Os motoristas do Uber passam por um treinamento que inclui apenas um curso on-line que ensina como devem se portar durante uma corrida. De acordo com as vítimas, os condutores fizeram perguntas incômodas, além de as procurarem por redes sociais ou mensagens de celular, embora o serviço não divulgue os números.

Os casos de assédio no Uber tem sido frequentes
Créditos: Getty Images/iStockphoto
Os casos de assédio no Uber tem sido frequentes

No Uber Pool, em que passageiros dividem a corrida com desconhecidos, também há denúncias de abuso. “É estranho pegar Uber com homem. Alguns ficam olhando muito. Mas nada que no metrô não aconteça também”, afirmou uma das entrevistas ao jornal.

Em nota, a assessoria de imprensa do Uber informou à reportagem que os motoristas “que cometem qualquer tipo de violência são automaticamente desconectados da plataforma” e que faz o “descadastramento de motoristas nos casos de violação dos termos de uso da plataforma ou baixa avaliação por parte dos usuários”.

Os motoristas e usuários fazem avaliações mútuas e, em uma escola de um a cinco, condutores precisam manter uma média de 4,6 para continuar dirigindo. “Em casos mais sérios é importante que a vítima reporte o acontecimento para as autoridades policiais, que são competentes para investigar situações como essa e tomar todas as medidas cabíveis”, diz o comunicado.

Além disso, é importante comunicar o ocorrido ao Uber por meio do aplicativo. Os casos são analisados individualmente. Segundo a empresa, os motoristas que cometem abusos são desligados automaticamente da plataforma.

Em busca de uma maior proteção, muitas mulheres já seguem algumas etapas ao entrar no Uber ou táxi, como tirar uma foto da tela com os dados do motorista e enviar para grupos de amigos e familiares, além de ligar para os pais avisando que está no veículo.

Leia a reportagem na íntegra.