Neide: a mãe corredora que se tornou heroína do Capão Redondo

Como parte de sua cobertura especial dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a BBC Brasil está fazendo a série “Heroes”, que coloca em foco pessoas comuns que se tornaram heróis através do esporte. O primeiro episódio mostra a corredora Neide Silva, moradora de um dos bairros mais violentos de São Paulo que modificou a sua vida e a de outras pessoas através do esporte.

Correr diariamente, todas as manhãs, pelas ruas do Capão Redondo, ajudou a costureira Neide Silva se concentrar no esporte para superar, primeiro, a dor da trágica morte do marido. Logo, passou a ser seguida por mulheres do bairro. “As mulheres vieram até mim porque queriam o direito de fazer uma atividade física. Na comunidade, só os homens jogavam futebol e tinham acesso à prática esportiva”. Assim nascia o projeto Vida Corrida.

O mais velho dos seus três filhos, Mark, ajudava a mãe viúva com as corridas. Pediu que ela incluísse no projeto crianças do bairro que, sem atividades após a escola, estavam vulneráveis à influencia do crime e do tráfico de drogas. “Eu disse que não tinha tempo”, lembra Neide. Um ano depois, em setembro de 2000, Mark foi assaltado e assassinado por um menor de idade, de apenas 14 anos.

“Eu decidi que ia ajudar essas crianças”, disse Neide. Atualmente, o projeto atende a 200 adultos e 250 crianças e, segundo Neide, mais de 80% são do sexo feminino. Ela, aos poucos, reduziu os trabalhos como costureira e hoje se dedica quase que exclusivamente à coordenação das atividades do Vida Corrida.

Veja mais informações sobre Neide Silva no site da BBC Brasil.

Neide Santos