‘Ninguém vai querer dar golpe para cima de mim’, diz Bolsonaro
No último dia 19, ele esteve em ato que pedia exatamente um golpe: intervenção militar e fechamento do Congresso e do STF
“Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não”, afirmou na manhã deste sábado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele estava de saída do Palácio da Alvorada e fez a afirmação a um grupo de apoiadores que o aguardava, aglomerado, na entrada.
Bolsonaro participou no último dia 19 de ato que pedia exatamente um golpe: intervenção militar, fechamento do Congresso Nacional e do STF por meio do Ato Institucional 5. Desde então, tem enfrentado desgaste com o Supremo Tribunal Federal e com Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara.
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Na última semana, o presidente criticou a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que o impediu de nomear um amigo da família, Alexandre Ramagem, para chefiar a Polícia Federal, que investiga seus filhos.
Na ocasião, afirmou que o país quase viveu “uma crise institucional” e, contrariando a orientação da AGU (Advocacia Geral da União), disse que vai recorrer da decisão.
Outros motivos para o mau humor do presidente neste sábado são o depoimento de seu ex-superministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), que fala hoje à Polícia Federal, e também o fim do prazo dado pela Justiça para que ele, enfim, revele os laudos de seus exames feitos para identificar se ele foi ou não infectado pelo novo coronavírus.
Aos apoiadores do Alvorada, sem dar mais detalhes, Bolsonaro disse: “Ninguém vai fazer nada ao arrepio da Constituição. Fiquem tranquilos. Ninguém vai querer dar um golpe em cima de mim, não”.
Depois disso, o presidente entrou no carro e partiu. Seu destino não foi informado.