No RS, prefeito convida médico cubano para Secretaria da Saúde

Em outubro, município abriu edital para médicos especializados em saúde familiar, com salário de R$ 11 mil. Nenhum profissional se inscreveu

18/11/2018 19:12

Após os médicos cubanos deixarem o país após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o prefeito da cidade de Chapada(RS), Carlos Alzenir Catto (PDT), convidou Richel Collazo, que atuava pelo programa Mais Médicos na cidade, para assumir o cargo de secretário municipal de Saúde.

O convite foi feito dias depois do Ministério de Saúde Pública de Cuba anunciar a decisão de deixar o Programa Mais Médicos.

O comunicado foi divulgado na última quarta-feira, 14, na página oficial da Prefeitura e informa que o pedido foi feito “acreditando na capacidade e no profissionalismo já demonstrado pelo médico em nosso município”.

Collazo, que trabalha em Chapada há quatro anos, integra uma pequena equipe de apenas três médicos que atuam na cidade. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o prefeito justificou a decisão: “Ele foi muito bem aceito na cidade, tem competência e não falta no serviço. Nós aprovamos o serviço dele e a população também. O doutor ficou satisfeito após o convite e estamos torcendo para ele assumir”.

Se Collazo aceitar a pasta, será necessário mudar a Lei o Orgânica do Município, que não prevê a presença de estrangeiros em cargos no município. Apesar disso, o prefeito não acredita num impasse para aprovar a proposta na Câmara.

Município sofre com falta de médicos

Em outubro, a Prefeitura de Chapada abriu um edital com o objetivo de contratar três médicos especializados em saúde da família. Apesar da generosa condição da vaga, que previa regime de 40h semanais e salário de pouco mais de R$ 11 mil – o mesmo do prefeito – nenhum profissional se inscreveu no programa. “Não veio se inscrever ninguém. E olha que é uma cidade bonita, não tem barro quando chove, as ruas são asfaltadas… Imagina no interior do Brasil, no Nordeste, ou mesmo aqui no interior do Rio Grande do Sul”, disse em entrevista ao G1.