Nomeação de presidente da Fundação Palmares é suspensa pela Justiça
Sergio Camargo se define como "negro de direita, contrário ao vitimismo e ao politicamente correto"
Nesta quarta-feira, 4, o juiz Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal do Ceará, suspendeu a nomeação Sérgio Camargo da presidência da Fundação Palmares.
A ação Popular, acatada pelo juiz, era contra a decisão do governo de Jair Bolsonaro. Despacho de nove páginas suspendeu a nomeação dada pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
O advogado e autor da ação popular, Helio de Sousa Costa, disse que Camargo “não pode estar à frente de uma instituição que foi criada para combater o racismo estrutural do nosso país”.
- Mulher nega pagar serviço adiantado e sofre injúria racial
- BBB 23: Equipe de Sarah Aline expõe comentários racistas
- Jogador de basquete brasileiro é vítima de racismo na Espanha
- Estudante é estuprada e morta em festa de calouros da UFPI
No Facebook, Camargo se define como “negro de direita, contrário ao vitimismo e ao politicamente correto”. Também foi ele que afirmou que o Brasil tem “racismo nutella”, que “racismo real existe nos EUA”, que “cotas raciais para negros são mais do que um absurdo” e que “o Dia da Consciência Negra é uma vergonha e precisa ser combatido incansavelmente”.
Durante a suspensão, o juiz disse que não iria repetir as declarações “em frontal ataque as minorias cuja defesa, diga-se, é razão de existir da instituição que por ele é presidida”.
Mas que Camargo se referiu a Angela Davis como “comunista e mocreia assustadora”, sugeriu medalha a “branco que meter um preto militante na cadeia por crime de racismo”, disse que é “preciso que Marielle morra, só assim ela deixará de encher o saco” e que “se você é africano e acha que o Brasil é racista, a porta da rua é serventia da casa”. Com informações da Veja.
Racismo: saiba como denunciar e o que fazer em caso de preconceito
Como denunciar pela internet
Para denunciar casos de racismo em páginas da internet ou em redes sociais, o usuário deve acessar o portal da Safernet e escolher o motivo da denúncia.
Além disso, é necessário enviar o link do site em que o crime foi cometido e fazer um comentário sobre o pedido. Após esses passos, será gerado um número de protocolo, que o usuário deve usar para acompanhar o processo.
Se atente em unir provas! O primeiro passo é tirar prints da tela para que você possa comprovar o crime e ter como denunciar. Depois, denuncie o usuário pelo serviço de denúncias da rede social em que ocorreu o ato.
Disque 100
O Disque 100 é serviço do Governo Federal para receber denúncias de violações de direitos humanos.
Desde 2015, o serviço conta com dois módulos novos: um que recebe denúncias de violações contra a juventude negra, mulher ou população negra em geral e outro específico para receber denúncias de violações contra comunidades quilombolas, de terreiros, ciganas e religiões de matriz africana.
O serviço também aceita denúncias online de discriminação ocorrida em material escrito, imagens ou qualquer outro tipo de representação de idéias ou teorias racistas disseminadas pela internet.
Delegacias
A denúncia contra crime de racismo pode ser feita em delegacias comuns e naquelas especializadas em crimes raciais e delitos de intolerância. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) cumprem essa função.
Atualmente, o Decradi está vinculado ao Departamento Estadual de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), em São Paulo, e ao Departamento Geral de Polícia Especializada da Polícia Civil, além de estar inserida no programa Delegacia Legal, no Rio.
Em outros estados, existem delegacias especializadas em crimes cometidos em meio eletrônico, que podem ser acionadas em situações de injúria racial virtual.