ONU Mulheres condena estupro coletivo e feminicídio no Piauí

A ONU Mulheres Brasil divulgou nesta quarta-feira, 10, uma nota pública em que condena o estupro coletivo que ocorreu no dia 27 de maio, na cidade de Castelo do Piauí (PI), e se solidariza com as quatro adolescentes vítimas da violência.

A agência da ONU afirmou que o crime choca todo o Brasil e a América Latina pela crueldade com que as jovens, entre 15 e 17 anos, foram alvo da violência sexista, tendo seus corpos violados, torturados e mutilados por cinco homens. Na nota, a ONU Mulheres lembra que, desde março deste ano, o país assegurou o feminicídio, assassinato de mulheres e meninas com requintes de crueldade, como crime hediondo no Código Penal.

Amigos das vítimas se mobilizaram para arrecadar doações e ajudar as jovens e suas famílias

Após o crime, amigos das vítimas se mobilizaram no grupo “Flores para Elas” com uma conta no site Vakinha para arrecadar doações e ajudar as adolescentes e suas famílias.

Leia a nota da ONU na íntegra:

Nota pública da ONU Mulheres sobre estupro coletivo e feminicídio em Castelo do Piauí

A ONU Mulheres Brasil se solidariza com as quatro vítimas de estupro coletivo, ocorrido na cidade de Castelo do Piauí (PI). Este é um crime que choca a todo o Brasil e a América Latina pela crueldade com que as adolescentes, entre 15 e 17 anos, foram alvo da violência sexista, tendo seus corpos violados, torturados e mutilados. À memória da vítima fatal do feminicídio, Danielly Rodrigues Feitosa, e a seus familiares, condolências e justiça.

Desde março deste ano, o Brasil assegurou o feminicídio – assassinato de mulheres e meninas com requintes de crueldade – como crime hediondo no Código Penal por meio da Lei nº 13.104/2015. Como 16ª nação latino-americana com punição prevista em lei ao feminicídio, o Brasil foi escolhido como primeiro país-piloto para adaptar o Modelo de Protocolo Latino-americano para Investigação de Mortes Violentas de Mulheres por Razões de Gênero, elaborado pela ONU Mulheres e pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, devido às políticas e à rede de serviços públicos de enfrentamento à violência.

Contudo, para além da responsabilização do poder público aos agressores, justiça e reparação às vítimas, são necessárias transformações de comportamento e atitude na sociedade e consciência pública sobre a gravidade e os altos índices de violência contra as mulheres e meninas: cerca de 50.000 estupros e 5.000 assassinatos por ano. Isso implica mudanças diárias e mobilizações, em todos os níveis, sobre a maneira com que mulheres e homens, meninas e meninos, se relacionam, adotando valores e práticas firmados na igualdade e livres de quaisquer formas de violência.

Nadine Gasman

Representante da ONU Mulheres Brasil