Opinião: Datafolha mostra que Dória é atacado por uma  “maldição”

27/10/2018 19:37

Há uma lenda cultivada por políticos do PSDB de que haveria  a “maldição Dimenstein”. É, claro, uma bobagem.

A “maldição” atacaria políticos que assinaram  o documento que sempre entrego  a candidato a prefeitura de São Paulo para que se comprometam a terminar seus mandatos.

José Serra assinou, virou governador, mas depois tentou se reeleger à prefeitura e perdeu.

A pesquisa DataFolha divulgada hoje mostra o risco cada vez maior de a “maldição” atacar Dória. Ele já perde numericamente para Márcio França: 51% a 49%.
A tendência não para de crescer desde que começou o segundo turno.

A razão dessa queda é simples: a rejeição do ex-prefeito na cidade de São Paulo se alastrou pelo interior.

Dória teve muito mais  votos na cidade  como candidato a prefeito do que na disputa ao governo estadual – quase o dobro.

É uma série de pancadas. Dória foi chamado de “traidor” por seu padrinho Geraldo Alckmin durante em Brasília

Ouça aqui a gravação da reunião, obtida pelo Estadao,  em que Alckimin, nervoso,  ataca Dória.

Alckimin pode não ter se saído bem na disputa presidencial. Mas tem força o bastante para complicar a vida de Dória na disputa ao governo estadual.

Seu rival mais poderoso – Márcio França – está sempre subindo, com apoio de alas do PSDB, explorou a desistência de seu rival da prefeitura como falha de caráter.

Dória manifestou apoio a Bolsonaro, tentando surfar na sua onda. Mas os porta-vozes do deputado  o chamaram de “falso” e “cara de pau”,  descartando o  apoio do presidenciável.

O resultado inesperado é que, com o BolsoDoria, Fernando Haddad melhorou na cidade São Paulo, superando Bolsonaro.

Para piorar, surgiu um vídeo em que, supostamente, Dória apareceu numa orgia. As opiniões de técnicos estão divididas: pelo menos um perito garante que não dá para descartar ser nas imagens o ex-prefeito.

Até é possível que Dória vença a eleição – ainda tem 24 horas. Mas vai ter de esforçar muito para não  perder o bem mais precioso que ele tinha conquistado: a imagem de “novo” e de “gestor”.