Paciente de médico preso reclama de deformação: ‘Prótese pendurada’

Dulcinéa Ferreira é mais uma das pacientes de Bolívar Guerrero; A cozinheira disse que só percebeu que algo estava errado ao desinchar do pós-operatório

Dulcinéa Ferreira, de 55 anos, é outra paciente do médico Bolívar Guerrero, e reclama de deformação nos seios após realizar cirurgias com o médico. Ele está preso desde a última segunda-feira, 18, no Rio de Janeiro, acusado de manter Daiana Chaves Cavalcanti em cárcere privado para esconder os erros médicos causados.

Segundo Dulcinéa, atualmente ela precisa lidar com pele sobrando em seu corpo e também com as próteses se deslocando nas mamas quando ela se movimenta.

Paciente de médico preso reclama de deformação: ‘Prótese pendurada’
Créditos: Reprodução/Instagram @drbolivarguerrerosilva
Paciente de médico preso reclama de deformação: ‘Prótese pendurada’

A cozinheira Dulcinéa é mãe de seis filhos e sempre teve vontade de fazer algumas alterações no corpo. Um dia, ao ouvir uma conversa pela rua sobre o assunto, foi atrás de como faria as cirurgias.

“Fui em uma loja e tinha uma mulher comentando. Ela estava mostrando umas fotos, que ela tinha perdido não sei quantos quilos depois de uma abdominoplastia com ele. Anos depois, a barriga dela estava perfeita, sem defeito nenhum, intacta”, disse ela ao portal Terra.

Foi neste momento que ela salvou o contato do médico cirurgião, com intuito de fazer abdominoplastia e mamoplastia. O objetivo maior dela era em relação às mamas, pois considerava elas muito grandes para sua estatura.

Antes da cirurgia

A cozinheira relata que durante os dias em que estava se preparando para realizar o procedimento cirúrgico tomou todos os cuidados necessários para que tudo ocorresse corretamente.

“Me cuidei durante quatro ou seis meses, porque era um sonho, né? Eu não podia botar isso a perder. Tomei vitamina C, não fumei, não bebi, não dormi tarde”, conta.

Até o dia de fazer a cirurgia, Dulcinéa falou que confiou no cirurgião e não chegou a desconfiar de como ele trabalhava.

“Achei que ele fosse fazer comigo o que ele fez com a moça que conheci na loja, que ficou tudo bonitinho”, disse.

Ela começou a sentir que algo estava errado assim que o corpo desinchou no pós-operatório. De acordo com a paciente, o peito estava “pendurado” e sua barriga também com deformações.

“Hoje, eu estou com peito com uma prótese pendurada. Com excesso de pele na minha barriga. Ele não prestou assistência, em nenhum momento. Ainda debocha de você se for lá reclamar. Ele queria me cobrar mais R$ 4 mil para consertar uma coisa que ele tinha feito. Me recusei a pagar e botei ele na Justiça”, diz a cozinheira.

Processo contra o médico e hospital

Dulcinéa então resolveu entrar com um processo contra o médico e contra o Hospital Santa Branca, onde o procedimento foi realizado, alegando que houve erro médico na cirurgia.

No processo, ela solicita o reembolso do valor pago para fazer a cirurgia, além de uma indenização no valor de R$ 100 mil. “Por toda expectativa no procedimento estético que não foi atendido e, também, para responzibilizá-los de alguma forma [pelos danos]”, explica o advogado Starlei Calvosa, que faz a defesa de Dulcinéia e mais duas clientes que passaram por situações parecidas com a dela.

Dulcinéa aguarda por uma decisão ao seu favor na Justiça e que, assim, ela possa fazer novas cirurgias para consertar os danos causados em seu corpo. De acordo com a defesa dela, nem o médico, nem o hospital se manifestaram diante à ação movida.