Pai resolve ir para a Finlândia ao descobrir que teria uma menina

O site Projeto Draft, que compartilha cases de sucesso de pequenos empreendedores, inovadores e profissionais que revolucionaram o rumo de suas próprias vidas a partir de uma iniciativa criativa e ‘fora da caixa’, compartilhou essa semana um  uma história que revela muito sobre as carências do Brasil em relação ao acolhimento à infância, e, consequentemente, que impacto isso gera nas famílias.

O depoimento “Alice, papai resolveu exportar a gente para a Finlândia“, narrado em primeira pessoa, conta a trajetória do designer Gustavo Forster. Nas redes sociais, o relato já teve mais de 2 mil reações e quase 500 compartilhamentos, o que revela muito sobre como as famílias se interessam em discutir o assunto.

Tudo começou quando Gustavo e sua companheira descobriram que estavam esperando um bebê. Uma menina. Mais do que impacto da descoberta da primeira cria, o fato de que ela seria uma menina os impactou ainda mais. O motivo? A desigualdade de gênero latente no Brasil.

No texto, ele explica os motivos que o levaram a revolucionar sua vida, o que culminou na decisão de se mudar com a família para a Finlândia, país que tem a maior equalidade de gêneros do mundo.

“No Brasil, você teria que crescer com pessoas dizendo que você fica melhor de rosa. Que você precisa casar. Teria que observar calada meninos levando a melhor fatia do bolo, e ai se falasse alguma coisa”, conta Gustavo ao Projeto Draft.

“Até mais ou menos a 15ª semana não sabíamos que você seria a Alice. Quando o médico informou seu sexo, fui tomado de alegria — e de uma preocupação iminente: você iria nascer no Brasil. Filha, esse país é lindo.

Mas minha experiência de 35 anos vivendo aqui foi com um o povo em sua maioria machista, misógeno e preconceituoso com as minorias”, conta o pai no texto ao Draft, publicado na última sexta-feira, 2 de dezembro.

Longe de ser um testemunho pessimista em relação ao Brasil, o texto traz à tona a importância de repensar o modo como o nosso país enxerga a infância, em que grau de prioridade o acolhimento às crianças é encarado nas esferas públicas, de educação, saúde, lazer e – neste caso, principalmente  – dos direitos da criança.

A desigualdade de gênero – motivo que motivou Gustavo a se mudar para a Finlândia – é um grave e deve ser debatido com clareza nas salas de aula e no ambiente familiar. De acordo com um relatório divulgado em outubro pela ONG Save the Children, por ocasião do “Dia Internacional da Menina”, o Brasil é o pior país da América do Sul em termos de oportunidades o desenvolvimento de meninas. Clique aqui para ler a matéria do Catraquinha sobre o tema.

Para ler o relato de Gustavo na íntegra, clique aqui e inspire-se a tomar a frente dessa reflexão: Que caminhos tomar quando o assunto é promover a igualdade entre meninos e meninas?

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