Paulo Guedes sobre AI-5: ‘Não se assustem se alguém pedir’
Ministro disse que declaração de Eduardo Bolsonaro foi uma reação ao comportamento de Lula
Paulo Guedes afirmou na última segunda-feira, 25, que não há necessidade de temer se alguém pedir o AI-5 diante de uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil, durante coletiva em Washington, nos Estados Unidos.
O Ministro da Economia disse que era preciso prestar atenção na sequência de acontecimentos nas nações vizinhas para ver se o Brasil não tem nenhum pretexto que estimule manifestações do mesmo tipo.
“Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática”, declarou aos jornalistas que estavam no local da coletiva.
Guedes acrescentou ainda que as declarações sobre um novo AI-5 no Brasil, feita pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), foi uma reação ao que chamou de convocações feitas pela esquerda, endossadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Chamar o povo para rua é de uma irresponsabilidade. Chamar o povo para rua para dizer que tem o poder, para tomar. Tomar como? Aí o filho do presidente fala em AI5, aí todo mundo assusta, fala o que que é? (…) Aí bate mais no outro. É isso o jogo? É isso o que a gente quer? Eu acho uma insanidade chamar o povo para rua para fazer bagunça. Acho uma insanidade.”
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, ao ser questionado por uma repórter se achava a volta do AI-5 concebível, o ministro disparou: “É inconcebível, a democracia brasileira jamais admitiria, mesmo que a esquerda pegue as armas, invada tudo, quebre e derrube à força o Palácio do Planalto, jamais apoiaria o AI-5 […] Está satisfeita?” “Isso é uma ironia, ministro, o senhor está nos ironizando?”, perguntou ela. “De forma alguma”, retrucou Guedes.