Petição em defesa da Amazônia cresce 776% em 24 horas

Campanha contra o desmatamento atingiu 4 milhões de assinaturas na Change.org

Em parceria com Change.org (Oficial)
21/08/2019 18:41

Incêndio na Floresta Amazônia em São Félix do Xingu, no Pará
Incêndio na Floresta Amazônia em São Félix do Xingu, no Pará - Daniel Beltrá/Greenpeace

Um abaixo-assinado contra o desmatamento e a exploração irresponsável da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, chegou na tarde desta quarta-feira, 21, a 4 milhões de assinaturas na plataforma Change.org. O total é um recorde histórico, representando a maior petição já criada na versão brasileira do site de abaixo-assinados, que está ativo no país desde 2012. O volume de assinaturas cresceu 776% somente nas últimas 24 horas – por volta das 15h de ontem (terça-feira, 20/8) acumulava apenas 456.347 assinaturas.

Confira aqui o abaixo-assinado.

O crescimento gigantesco da campanha pode ser confirmado pelo número de usuários ativos na plataforma. Na manhã de ontem, 3,6 mil pessoas estavam online no site, no Brasil. Já por volta das 11h30 de hoje o número de pessoas online na Change.org no país era 33,5 mil.

Até então, a maior petição hospedada pela Change.org Brasil era contra o aumento de salários de ministros do Supremo Tribunal Federal, que totaliza 3,1 milhões de assinaturas.

O diretor da Change.org Brasil, Rafael Sampaio, fala sobre o destaque gigantesco que a campanha alcançou. “O abaixo-assinado mostra que a sociedade brasileira se importa com a Amazônia. Os políticos deveriam dar ouvidos para as 4 milhões de pessoas que assinam a petição, porque são 4 milhões de potenciais eleitores. Esse número é maior do que a população de todas as capitais brasileiras, com exceção das cidades de São Paulo, com 12 milhões de habitantes, segundo o IBGE, e Rio de Janeiro, com 6,7 milhões”, comenta.

A plataforma identificou que o maior fluxo de assinaturas, que cresceu de forma gigantesca entre ontem e hoje, partiu principalmente do compartilhamento do abaixo-assinado em redes sociais, como o WhatsApp, Facebook e Twitter, inclusive por influenciadores digitais e famosos brasileiros e internacionais, como o youtuber Lucas Rangel, a escritora de série Sasha Alsberg e os atores de cinema Jay Hernandez e Alicia Hannah.

A hashtag #PrayforAmazonas está nos assuntos mais comentados no Twitter em todo o mundo. “Como a internet é um lugar propício para as pessoas expressarem sua indignação, elas se uniram em uma grande mobilização online”, destaca Sampaio.

As atenções para a situação da Floresta Amazônica vêm crescendo desde a tarde de segunda-feira (19), quando o céu escureceu em São Paulo, como resultado do encontro da frente fria com partículas de fumaça vindas de incêndios florestais em Rondônia. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de queimadas aumentou 82% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos oito meses, foram constatados 71.497 focos de incêndio.

“Os recentes incêndios na Amazônia foram a gota d’água que faltava para que as pessoas gritassem ‘basta!’. Para mim, cada assinatura é isso: um grito de ‘chega de querer destruir a Amazônia!’”, pondera o diretor da plataforma no Brasil.

Nesta terça-feira (20), o advogado Gabriel Santos, que mora em Rio Branco (AC), coração da Amazônia, criou outro abaixo-assinado na Change.org pedindo que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja criada para investigar o aumento dos incêndios na Amazônia. A petição, que lança a campanha #CPIdasQueimadas, também teve um crescimento acima do costumeiro, atingindo 101 mil assinaturas em um único dia.

Link do abaixo-assinado.

Amazônia no centro das atenções do mundo

Com o bloqueio de repasses de recursos da Alemanha e Noruega para projetos de preservação ambiental no Brasil, a preocupação com a Amazônia entrou no centro das

atenções do mundo. O abaixo-assinado online contra o desmatamento da floresta também foi divulgado na Alemanha e coletou 60,2 mil assinaturas no país europeu. Já a petição pelo fim das queimadas ganhou versões em inglês, francês e também em alemão.

“A floresta está sob ataque desde o início de 2019, e as pessoas perceberam isso. O governo tem adotado medidas em série para desacreditar programas públicos que visam combater o desmatamento; para colocar em xeque ONGs, ativistas e até institutos renomados de pesquisa, como o INPE. Além disso, suas ações estimulam quem desmata e dificultam a vida de indígenas e povos tradicionais. Cedo ou tarde, esse caldo iria engrossar”, diz Sampaio.