Petrobrás rompe contrato com presidente da OAB

A estatal enviou uma carta ao escritório de advocacia de Felipe Santa Cruz comunicando o cancelamento do contrato

06/08/2019 21:29

Petrobrás rompe contrato com escritório do presidente da OAB, nesta terça-feira, 6. após ataques de Bolsonaro a Felipe Santa Cruz e seu pai, desaparecido durante a ditadura militar, segundo informações da jornalista Mônica Bergamo, na ‘Folha de S.Paulo’.

Petrobrás rompe contrato com presidente da OAB após ataques de Bolsonaro
Petrobrás rompe contrato com presidente da OAB após ataques de Bolsonaro - Reprodução/Instagram

Segundo a coluna, a Petrobras enviou, nesta terça-feira, uma carta ao escritório de advocacia de  Felipe Santa Cruz, comunicando o cancelamento do contrato que mantinha com ele.

O escritório do presidente da OAB atuava em causas trabalhistas da estatal. De acordo com Mônica Bergamo, no ano passado, a Petrobrás venceu uma causa estimada em R$ 5 bilhões que seriam pagos como horas extras atrasadas a funcionários embarcados nas plataformas de petróleo da empresa. Essa vitória foi conquistada graças a atuação do escritório de Felipe.

O julgamento deste processo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) foi apertado: 6 votos a favor e 5 contrários.

“Era uma ação rescisória, algo como ressuscitar alguém que morreu. Eu salvei a empresa na causa trabalhista mais grave que ela já enfrentou”, afirmou Santa Cruz. Para a coluna, o presidente da OAB afirma que entrará na Justiça com uma ação para reparação de danos. “Há claramente uma perseguição política em curso”, salientou.

O advogado foi atacado na semana passada por Jair Bolsonaro.

Bolsonaro disse que se Santa Cruz quisesse saber como o pai, Fernando Santa Cruz,desapareceu durante a ditadura militar, ele poderia contar. A declaração foi dada enquanto o presidente da República reclamava que a OAB havia entrado com uma ação para impedir a quebra do sigilo telefônico do defensor de Adélio Bispo, que o esfaqueou na campanha eleitoral de 2018.

Depois, afirmou que Fernando Santa Cruz foi morto por militantes de esquerda.

O presidente da OAB foi ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedir esclarecimentos de Bolsonaro, que tem duas semanas para explicar suas afirmações.