PF e Ministério Público apontam que hacker foi além de Moro e Daltan

Entre os alvos estão integrantes da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, no Distrito Federal, além de magistrados e delegados

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público apontaram que ação de hacker foi além de Sérgio Moro e Daltan Dallagnol, nesta quarta-feira, 12.

PF e Ministério Público apontam que hacker foi além de Moro e Daltan
Créditos: Agência Brasil
PF e Ministério Público apontam que hacker foi além de Moro e Daltan

Segundo divulgou o jornal ‘O Globo’, o ataque hacker que expôs mensagens privadas do juiz Sergio Moro e de procuradores foi muito bem planejado e teve alcance bem mais amplo do que se sabe até agora.

Entre os alvos estão integrantes da Operação Lava-Jato em menos quatro estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Distrito Federal), delegados federais de São Paulo, magistrados do Rio e de Curitiba.

LAVA JATO: TELEGRAM NEGA QUE APLICATIVO FOI HACKEADO

Além do atual ministro da Justiça e do procurador Deltan Dallagnol, estão a juíza substituta da 13ª Vara Federal Gabriela Hardt (que herdou processos de Moro temporariamente quando ele deixou o cargo), o desembargador Abel Gomes, relator da segunda instância da Lava Jato no Rio, o juiz Flávio de Oliveira Lucas, do Rio, o ex-procuradora-geral da República Rodrigo Janot , os procuradores Paulo Galvão , Thaméa Danelon , Ronaldo Pinheir o de Queiroz, Danilo Dias, Eduardo El Haje, Andrey Borges de Mendonça, Marcelo Weitzel e um jornalista do GLOBO.

A Justiça Federal confirmou por meio de nota que a juíza substituta de Moro foi atingida e disse que o fato foi “imediatamente comunicado à Polícia Federal”. Segundo o texto, “a juíza não verificou informações pessoais sensíveis que tenham sido expostas”.

Outros dois procuradores, que foram auxiliares de Janot, disseram ao jornal carioca que também sofreram ataques, mas preferiram não terem seus nomes divulgados.

Em alguns casos, como o da força-tarefa da Lava Jato no Rio, alguns integrantes evitaram a invasão, já que tinha controles mais rígidos, em especial a verificação em duas etapas para acesso remoto ao aplicativo Telegram.

Continuidade das invasões

Mesmo após a divulgação da invasão no celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e também a veiculação das reportagens do Intercept, onde conversas entre Moro e Dallagnol evidenciam a combinação de ações entre o ex-juiz e o MPF, as invasões continuaram. Ainda não se sabe se as informações obtidas pelo Intercept vêm da mesma origem que a invasão denunciada por Moro em seu celular, dias antes.

Na noite de terça-feira, um hacker entrou em contato com José Robalinho, ex-presidente da Associação Nacional de Procuradores, se fazendo passar pelo procurador militar Marcelo Weitzel, que teve seu celular invadido, como revelou a revista Época.

Esquema profissional

A Polícia Federal investiga os ataques dos hackers com duas turmas de agentes e delegados, em quatro cidades. A Procuradoria-Geral da República também abriu um procedimento para acompanhar o trabalho da polícia. A apuração desse tipo de crime é tida como complexa, e o prazo para conclusão das investigações será longo, prevê a cúpula da PF.

As suspeitas iniciais apontam para um mandante com capacidade financeira para bancar o esquema aparentemente sofisticado de ação. Uma das hipóteses é a de utilização de equipamentos que custam entre US$ 2 milhões e US$ 3 milhões, segundo uma fonte da cúpula da PF ouvida pelo GLOBO. Há diversas empresas sediadas no leste europeu e no Oriente Médio que oferecem estes serviços por esses valores.

Outros dois procuradores, que foram auxiliares de Janot, disseram ao jornal carioca que também sofreram ataques, mas preferiram não terem seus nomes divulgados