‘Picanha Mito’: Mulher que morreu após tumulto teve perna prensada e gritava

"Não imaginávamos que o machucado ia causar a morte dela", lamentou o marido da vítima

Marido da mulher que morreu depois do tumulto em um frigorífico de Goiânia devido a promoção da “picanha mito”, Wanderley de Paula Dias detalhou do episódio do último domingo, 2.

‘Picanha Mito’: Mulher que morreu após tumulto teve perna prensada e gritava
Créditos: Reprodução/Twitter
‘Picanha Mito’: Mulher que morreu após tumulto teve perna prensada e gritava

“Ela gritava de dor. A perna dela inchou muito. No hospital, descobrimos que uma veia estourou e provocou hemorragia. Nem deu tempo de fazer cirurgia para salvá-la”, contou.

Wanderley e a esposa já aguardavam que a promoção anunciada pelo Frigorífico Goiás em apoio ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) pudesse acabar em tumulto. Por conta disso, se programaram para chegar cedo, para comprar as carnes do churrasco de celebração do aniversário da mãe de Yeda.

O capitão aposentado do Corpo de Bombeiros confirmou que a esposa tinha uma doença autoimune que afetava os rins e a circulação de sangue no corpo. No domingo, depois de ter a perna prensada, ela passou mal e foi esperar o marido no carro.

Quando Wanderley chegou, a perna da mulher já estava inchada e ela reclamava de muita dor. O casal foi para casa, o rapaz chegou a sair para votar, mas recebeu uma ligação de Yeda reclamando que havia piorado.

A mulher foi levada a uma unidade hospitalar, onde foi diagnosticado um problema vascular. Yeda foi transferida para um hospital especializado em angiologia, porém não resistiu.

“Não imaginávamos que o machucado ia causar a morte dela. É uma perda grande, sem tamanho. A gente vivia em função dela, que organizava tudo para a família”, lamentou Wanderley.

A promoção utilizava o rosto do candidato à reeleição e trazia alguns símbolos utilizados por Bolsonaro, uma vez que era válida apenas para quem estivesse usando a camisa da seleção brasileira e permitia que os clientes comprassem a picanha por R$ 22 o quilo, número para votar no atual presidente.

Quando o Frigorífico Goiás anunciou a promoção de mais de R$ 100 – o valor original da picanha era R$ 129,99 -, grandes filas e aglomerações se formaram na entrada do estabelecimento.

Clientes forçaram a entrada, iniciaram confronto entre si e fizeram com que as portas de vidro do frigorífico se quebrassem. Os seguranças tentaram conter as pessoas, mas acabaram sendo empurrados.