PM brasileiro viaja à Ásia, posa com jovem e faz piada machista

O caso está sendo comparado ao episódio da Copa do Mundo da Rússia, que aconteceu em junho deste ano

PM brasileiro gerou revolta ao assediar mulheres asiáticas durante viagem
Créditos: Reprodução/Instagram
PM brasileiro gerou revolta ao assediar mulheres asiáticas durante viagem

Um brasileiro voltou a causar polêmica nas redes sociais por causa de seu comportamento “inadequado” ao assediar mulheres estrangeiras. Dessa vez, o policial Rhodiney Marques, lotado em Cuiabá, está sendo acusado de assediar asiáticas durante viagem pelo continente. O caso está sendo comparando com o episódio dos brasileiros na Rússia, durante a Copa do Mundo.

De acordo com informações do site “O Livre”, parceiro do portal “Metrópoles”, o PM compartilhou fotos com as asiáticas no stories de sua conta no Instagram e legendou as imagens com conotações sexuais, inclusive em referência ao seu próprio pênis.

PM brasileiro disse que jovem asiática não conhece “pa* preto”
Créditos: Reprodução/Instagram
PM brasileiro disse que jovem asiática não conhece “pa* preto”

Em uma das imagens, Marques diz que uma jovem, a quem ele chama de “japinha” é toda “santinha” e tem “certeza que [ela] nunca viu um pa* preto”. Em um segundo storie, o agente surge com outra mulher, com a legenda: “Essa já deve ter visto por aí, a felicidade é demais, pegou até meu celular, malandrinha”.

Após a repercussão negativa do caso, Rhodiney acabou deletando as imagens de sua conta no Instagram e, inclusive, bloqueou a plataforma. Ainda segundo “O Livre”,  o policial se descreve como “funcionário público, amante de armas e tiro esportivo, mochileiro, world explorer, good vibes”.

Apuração

Em nota, a Polícia Militar do estado informou que a Corregedoria já tomou conhecimento do caso e instaurou um inquérito para apurar a conduta do policial, que, segundo a PM, “em uma postagem, feita em rede social, se expressa de maneira machista, preconceituosa e assedia mulheres”.

“A Polícia Militar de Mato Grosso destaca que não só reprime, como desenvolve ações permanentes de prevenção e combate à violência doméstica, assédio moral e sexual e outas manifestações que possam ferir o princípio legal da não-violência e do respeito à igualdade de direitos entre homens e mulheres, tanto na relação interna, quanto com a sociedade em geral.

A Polícia militar destaca que jamais coadunará com atitudes dessa natureza e reafirma seu compromisso em defesa de toda a sociedade mato-grossense, atestando que as mulheres podem continuar confiando na instituição”, afirmou a instituição por meio de sua assessoria de imprensa.

Rússia

Em junho, durante disputa da Copa do Mundo que aconteceu na Rússia, um grupo de brasileiros polemizaram nas redes sociais ao aparecer em vídeo assediando mulheres estrangeiras, incentivando-as a entoar um canto referente à cor da genitália das mesmas, sem que elas soubessem o que estavam proferindo.

Com a repercussão negativa do episódio, alguns dos envolvidos no caso acabaram perdendo o emprego pelo mau comportamento. Ainda, o Ministério Público russo chegou a abrir um inquérito contra os brasileiros.

Como denunciar assédio sexual ou estupro?

O assédio contra mulheres envolve uma série de condutas ofensivas à dignidade sexual que desrespeitam sua liberdade e integridade física, moral ou psicológica. Lembre-se: onde não há consentimento, há assédio! Não importa qual roupa você esteja vestindo, de que modo você está dançando ou quantas e quais pessoas você decidiu beijar (ou não beijar): nenhuma dessas circunstâncias autoriza ou justifica o assédio.

No Brasil, não há um crime específico que trate do assédio que ocorre na rua ou em outros espaços públicos. Isso, entretanto, não significa que estas condutas ficam impunes, já que as violências que chamamos de assédio podem configurar diversos tipos de atos ilícitos (crimes, contravenções penais ou até mesmo um ilícito civil).