Polícia encontra corpo enterrado dentro de propriedade da Casa Dom Inácio
O local foi fundado por João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus; Uma japonesa que fazia tratamentos na cidade está desaparecida há uma semana
Na última segunda-feira, 16, a polícia encontrou o corpo de uma mulher escondido entre pedras e terra, aproximadamente a dez metros de uma cachoeira, que fica na propriedade da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. A suspeita é que a vítima seja uma mulher do Japão que realizava tratamento no lugar há dois anos e estava desaparecida há mais de uma semana.
A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira, 17, um jovem que tinha confessado ter assaltado e matado uma mulher, além de ter escondido o corpo dela no lugar. Mas apesar disso, ele não chegou a informar se trata-se de uma pessoa japonesa.
A Casa Dom Inácio de Loyola foi fundada por João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus. A instituição é internacionalmente conhecida por receber pessoas em busca de tratamento espiritual.
João de Deus está atualmente cumprindo prisão domiciliar em Anápolis, 55 km de Goiânia, pois foi condenado pela Justiça brasileira por cometer crimes sexuais contra mulheres que iam ao local para atendimentos espirituais.
Os advogados informaram ao G1 que o cliente “está afastado da instituição desde 2018, por ordem judicial, e portanto, não tem conhecimento dos fatos além daqueles já noticiados pela impressa local”.
O crime
Albert Peixoto Salvador é o delegado responsável pelo caso e disse que não há indícios de que exista qualquer envolvimento de João de Deus ou de algum membro da instituição com o crime.
As investigações levaram a um jovem de 18 anos, que mora no município. Segundo as fontes oficiais da polícia, ele confessou o crime ao ser detido.
“O preso contou que estava sendo cobrado por uma dívida de drogas e foi ao local, que sabia que era frequentado por muitos estrangeiros, para tentar assaltar alguém. Ele disse que encontrou essa mulher, ela ofereceu resistência e, com medo de ser denunciado, ele a enforcou usando a própria camisa”, explicou ao G1.
Segundo o delegado, o jovem contou que não encontrou nada de valor com a vítima e por isso levou uma peça de roupa dela e outros pertences, mas no final os queimou. Albert deu detalhes que, no depoimento, o rapaz falou ter achado um litro de combustível que usou para atear fogo aos objetos.
Mulher desaparecida
De acordo com a Polícia Civil, o desaparecimento de Hitomi Akamatsu, de 43 anos, foi denunciado por um conhecido, no último domingo, 15, mas ela não era vista desde o dia 10 de novembro, mesmo dia em que, segundo as investigações, o jovem preso roubou e matou a mulher.
O Instituto Médico Legal (IML) está tentando identificar se o corpo encontrado é mesmo de Hitomi. Segundo o órgão, o corpo estava em decomposição, o que dificulta as análises.
De acordo com o delegado, o amigo de Hitomi, que fez a denúncia do desaparecimento, falou que a japonesa é uma sobrevivente do acidente nuclear de Fukushima, que aconteceu em 2011, no Japão.