Por que o novo cinema infantil dos EUA causou tanto atrito?
Salas de cinema, em geral, são lugares reservados e silenciosos que oferecem às pessoas uma experiência de imersão no filme que será exibido, certo? Nem sempre. Para acolher os pais e mães que têm receio de levar seus filhos ao cinema e sofrer preconceito de pessoas incomodadas com o choro e a agitação das crianças, um novo projeto vem chamando a atenção das redes sociais mundo afora.
A rede de cinema Cinépolis, por meio de sua filial dos Estados Unidos, divulgou recentemente a inauguração de uma sala totalmente voltada para o público infantil. Chamadas Cinépolis Junior, o local terá uma estrutura de um verdadeiro parque de diversões, com 16 metros de largura por sete metros de altura, escorregador, piscina de bolinhas, e, claro, uma tela enorme.
Ambientado com cores vibrantes e motivos infantis, o ambiente vai oferecer também opções de lanches e pipocas de vários sabores para o público infantil e adulto. A companhia descreveu o conceito como um “espaço onde os pais se sentem à vontade e as crianças se sentem bem enquanto assistem seu novo filme favorito”.
Não demorou para que o novo empreendimento causasse um alvoroço nas redes sociais, principalmente por parte de usuários que alegaram um desconforto pela mistura de experiências e o excesso de estímulos, que não permitiria às crianças experimentar bem nem o filme nem as brincadeiras. Diferente do projeto mexicano que a inspirou, a sala americana optaria por deixar as luzes acesas durante todo o filme.
O que isso significa?
Porém, polêmicas à parte, é preciso avaliar o que essa reação negativa significa em relação ao acolhimento das crianças na sociedade. Muitos usuários, ao expressarem suas opiniões contrárias à nova sala, afirmaram que este seria o lugar perfeito para mandar os inimigos, reforçando o preconceito conta a criança, que muitas vezes não é considerada como o ser um pleno de direitos que é.
O caso revela a falta de empatia que afeta as famílias com crianças, que muitas vezes ficam sem opções culturais acessíveis aos pequenos, por conta da reação negativa das outras pessoas diante de uma birra, por exemplo.
Mais do que isso, o caso do Cinépolis pode ser uma boa oportunidade para refletir sobre a importância de salas receptivas a públicos que carecem de opções de entretenimento inclusivas, ambientadas para o conforto e a segurança dos pequenos.
Assim como a “Sessão Azul” que divulgamos recentemente, projetos lúdicos voltados a acolher as crianças em suas necessidades específicas de espaço e liberdade de ser criança são mais do que bem-vindas. Além do mais, trata-se de apenas mais uma opção dentre as tantas salas de cinema que já existem, focada especificamente no público infantil.
*Com informações de Adoro Cinema
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