Primeira igreja evangélica LGBT ganha sede em Salvador

Depois de três anos de atuação na cidade, Igreja Cristã Contemporânea recebe um local fixo para os cultos

A Igreja Cristã Contemporânea, que prega principalmente para LGBTs, ganhou neste sábado, 4, a sua sede em Salvador, a primeira no Nordeste do Brasil. A igreja foi criada 13 anos atrás, no Rio de Janeiro, e atua em cinco  estados – Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Igreja LGBT ganha um local fixo para os cultos em Salvador
Créditos: Divulgação
Igreja LGBT ganha um local fixo para os cultos em Salvador

Por três anos, desde que chegaram na capital baiana, o pastor Marcos Gladstone e os fiéis se reuniam em espaços para festas alugados.

“A gente chegou em Salvador para dizer que Deus ama todos, que ninguém vai ficar de fora do reino de Deus”, disse o pastor ao G1. “Todos são bem-vindos.”

Os cultos acontecem todos os domingos, às 10h. A inauguração do espaço será neste sábado, às 19h. A sede fica ao lado da passarela da loja Le Biscuit, no sentido centro da Avenida Bonocô. A entrada é aberta ao público.

“Nós somos uma igreja cristã, evangélica, por isso, temos todos os dogmas. A diferença é que a gente acolhe todas as pessoas, sem preconceito”, contou. “A gente quer que pessoas que se entendem como cristãos sejam bem recebidas. A gente não diz que estamos certos e eles são errados. Não falamos mal de nenhuma denominação ou religião.”

Homofobia

O Brasil é um país em que a cada 19 horas uma pessoa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, trans e travestis) morre e que mais mata travestis e trans em todo o mundo. Um relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), entidade que levanta dados sobre assassinatos da população LGBT no Brasil há 38 anos, registrou 445 homicídios desse tipo em 2017. O número aumentou 30% em relação ao ano anterior, que teve 343 casos.

As vítimas são, em maioria, homens gays negros e pardos, entre 18 e 30 anos.

As denúncias que chegam pelo Disque 100 são encaminhadas a órgãos como centros de referência de combate à homofobia, a Defensoria Pública e o Ministério Público.